CLIPPING
SERVICE
CLIENTE: Gilberto Gil
VEÍCULO: Folha de S. Paulo - SP
Brasil
16/05/2008
SECAO:
DATA:
Minc defende licenciamento mais ágil
Novo ministro quer lei ambiental que aumente rigor dos grandes impactos e diminua burocracia para procedimentos inócuos'
Américo Mariano/Folha Imagem
Em Paris, ele insistiu que não
queria o cargo no governo
federal e diz que só aceitou
por causa da insistência de
Lula e de Sérgio Cabral
ANA CAROLINA DANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS
PÁG.: A5
O novo ministro do Meio
Ambiente,
Carlos Minc, criti-
cou em Paris a burocracia das
leis
brasileiras para licencia-
mento ambiental e defendeu
uma legislação mais ágil e rigo-
rosa.
"As leis [de licenciamento]
no Brasil têm muitos gargalos.
É preciso uma nova lei que au-
mente o rigor dos grandes im-
pactos e diminua a burocracia
para procedimentos inócuos e
inúteis", afirmou.
A nova legislação deverá au-
mentar, por exemplo, os pata-
mares de emissões atmosféri- O novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, concede entrevista na embaixada do Brasil em Paris um dia depois de ser indicado
cas que são, segundo ele, “mui-
to frouxos no Brasil”
As declarações foram dadas
durante entrevista coletiva à
imprensa, concedida um dia
depois de ter sido indicado pelo
presidente Lula para o Ministé
rio do Meio Ambiente.
Carlos Mincinsistiu em Paris
que não queria o cargo e que foi
praticamente obrigado a acei-
tá-lo devido a insistência do go-
vernador do Rio de Janeiro,
Sérgio Cabral, e do presidente
Lula, com quem conversou por
telefone.
"Quero deixar bem claro o
seguinte: um, eu não pedi, dois,
eu não queria, três, eu tenho
um mandato parlamentar e se
tudo der errado, volto para o
Rio de Janeiro."
O atual secretário de Estado
do Meio Ambiente do Rio de
Janeiro disse que falou com o
presidente Lula e que pediu as
mesmas condições que vem
tendo para aplicar seus proje-
[+]
UM 'CARIOQUISTÉRIO', DECLARA TARSO
Em tom de brincadeira, a afirmação foi feita ontem no Rio
pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, ao falar sobre o novo
titular da pasta do Meio Ambiente, Carlos Minc. Têm ori-
gem no Estado também os ministros da Saúde, Cidades, Tra-
balho, Relações Exteriores, Comunicação Social, Igualdade
Racial e Políticas para as Mulheres. Além dos oito, o minis-
tro da Cultura, Gilberto Gil, é radicado no Rio.
tos estaduais, entre elas, mais
dinheiro para a pasta ambien-
tal e nenhuma interferência na
composição de sua equipe. Dis-
se também que não pretende
ceder a pressões políticas para
aprovar processos de licencia-
mento ambiental
Em tom de precaução, Minc
deu a entender que não era o
candidato mais preparado para
assumir a pasta e que o minis-
tério deveria ser assumido pelo
ex-governador do Acre, Jorge
Viana. "Não sei se estou a altura
para assumir o cargo", acres-
centou.
PAS
Carlos Minc defendeu, ainda,
a gestão da ex-ministra Marina
Silva, "a melhor ministra do
Meio Ambiente que o Brasil já
teve" e afirmou que não haverá
mudança na política ambiental
brasileira, mas ressaltou que
pretende rever e aprofundar o
Plano Amazônia Sustentável
(PAS). "Acho que o PAS é um
bom plano, mas tem que ser
complementado com o Progra-
ma Desmatamento Zero, e ter
mais recursos e mais gente para
cuidar das reservas", afirmou.
rie de iniciativas que vêm sen-
do implementadas no Rio de
Janeiro e que poderiam ser es-
tendidas ao âmbito nacional.
Defendeu um mecanismo se-
melhante ao ICMS Verde para
a preservação da Amazônia, a
ampliação de áreas de preser-
vação ambiental no Brasil e os
sistemas de defesa das unida-
des de conservação, com guar-
das parques na Amazônia.
Disse, ainda, que pretende
Ele não comentou, entretan- reforçar o ARPA (Areas Prote-
to, se a gestão do Plano deveria gidas da Amazônia). "A expec-
ser atribuída ao ministério do tativa é obter, a curto prazo,
Meio Ambiente. A decisão do mais de 150 milhões de euros
presidente Lula de atribuir o de financiamento de ONGs e da
PAS ao ministro Mangabeira comunidade internacional pa-
Unger foi considerada a gota ra instalação e ampliação das
d'água para a demissão de Ma- unidades protegidas da Amazô-
rina Silva.
nia", afirmou.
Apesar do tom de precaução Carlos Minc tem encontro
e certa modéstia sobre sua ca- previsto com o presidente Lula
pacidade em assumir o novo na próxima segunda-feira, em
ministério, Minc citou uma sé-
Brasília
Minc disse que vai propor ao
presidente Lula na próxima se
gunda-feira que o ex-governa-
dor Jorge Viana, outro nome
cotado para assumir a pasta
ambiental, seja o coordenador
executivo do PAS.
Secretário Minc
apóia mudar lei
de sua autoria
DA SUCURSALDO RIO
O secretário de Ambien-
te do Rio, Carlos Minc
-escolhido para substi-
tuir Marina Silva no Mi-
nistério do Meio Ambien-
te-, apoiou a alteração de
uma lei de sua própria au-
toria quando deputado
após assumir o cargo no
governo Sérgio Cabral. A
mudança diminuiu de
30% para 20% a exigência
de recuperação de Mata
Atlântica em áreas de cul-
tivo de árvores de interes-
ses comerciais, como eu-
calipto e babaçu.
Ambientalistas afirmam
que a alteração foi feita pa-
ra permitir o avanço do
cultivo do eucalipto no
Norte e Noroeste Flumi-
nense, o que avaliam ser
danoso ao meio ambiente.
O governo diz que a lei an-
terior, de 2003, inviabili-
zava a exploração comer-
cial de florestas. Na avalia-
ção da secretaria, não há
problemas no plantio de
eucalipto dada a degrada-
ção no Norte do Estado.
A nova lei também eli-
minou a exigência de "rea-
bilitação da área plantada
depois de cessado o ciclo
completo de exploração" e
de aguardar a elaboração
do zoneamento ecológico-
econômico - que define li-
mites para atividades que
utilizem recursos naturais
em cada região- para a
autorização no plantio de
monoculturas. (IN)