ODIA
SEGUNDA 3 DE ABRIL DE 2006
www.adia.com.br
O DIAD
03 NOVA COLUNA
Marcelo Rubens Paiva
estreia no jornal
falando de Renato
Russo e Ricardo III
CULTURA, DIVERSÃO E ESTILO DE VIDA
ENTREVISTA
04 TELENOTÍCIAS 03 DANÇA EM SP
Erica (Leticia Birkheuer) Skol Beats traz nomes
vai perder o filho que
espera de André em
'Belissima
importantes como
Marky (foto) e Rio
fica na saudade
COM O TRÁFICO
NÃO PODE HAVER
CONTRIBUIÇÃO
Ministro da Cultura, Gilberto Gil quer a Inter-
net livre e as drogas também, desde que haja
ação internacional para desestimular o con-
sumo e combater a venda ilegal e a violência.
Assim, ele acredita, o Estado pode transfor-
mar o que hoje é caso de polícia em proble-
ma de saúde pública, KARLA RONDON PRADO
L
iberal e sem hipo humanos, cheios de limita-
crisias. Assim sebes, defeitos e problemas
mostrou o ministro Não é uma coisa particular
da Culturn, Gilberto Gil, du do governo Lula. O brasilei
rante entrevista exclusiva ro acredita em Lula porque
ODIA. Ele anda sem ele prestigia camadas popu-
tempo para a familia es lares da sociedade em ter
musica, defende o compar mos de economin...
tilhamento de obras na In -Em termos de cultura,
ternet e revela que é critica pode ser um marco, como
do por ser uma pessoa po- foi a quebra de patentes
blica antes de ser politico para a Medicina, sua defe-
-O senhor tem sidores sa da Internet livre, dage-
ponsável pela divulgação nerosidade intelectual. En
do Brasil la fora, não só co- fim, o senhor defende a
mo músico, mas no minis. idéia de que as pessoas
possam baixar músicas na
tério, através de eventos
como o Ano do Brasil na Internet, sem que isso se
França e agora a Copa da ja referente a pirataria.
Cultura, na Alemanha. Is. -Quero que haja um equill
so colabora com a ima brio relativo entre o direito
gem do Pals no exterior? das autores de exploracio
- Brasil tem importantes de ma propriedade intelec
tual em seu próprio benelle
cio, do
nio poblico, do interesse pü-
blico compartilhamento
das obras intelectuais
uma premissa básica para
desenvolvimento intelec
tunl, para mais criação,
mais descobertas.
contribuições a dar por sua
divergência de culturas, &
um Pais com uma presença
muito forte no mundo.
uma república fortalecida,
uma democracia exemplar
Se além disso você tem uma
açio cultural interessante
110 resto do mundo, com
uma diplomacia inteligente
e incisiva como o Brasil tem
hoje, a questi cultural se
torna um
tantissimo nesse conjunto
de elementos despertado é de seres
res da curiosidade brasilel.
ra. No caso especifico de ter humanos, com
um ministro da Cultura
co suas limitações
tem um papel Dessa ques. e defeitos"
tão da divulgaço do Brasil
como potencia cultural, is -Seus últimos discos sus-
so ajuda. O Pais precisa en tentam alguns direitos re
trar fortemente numa com servados ou ainda todos
petição internacional. os direitos reservados?
-Como se sente por estar -Algumas músicas eu dis
no poder no momento em
ponibili, s tem
que o escándalo do men. dos os direitos reservados.
saldo velo a tona e prova -Não acha que val contra
cou uma enorme descren Isso e ndo é muito demo
ça no presidente Lula? crático que artistas como
-Havia a impressão de que Marisa Monte bloqueiem
essa descrença era generali cópias de músicas para
zada no Brasil. Não parece iPod em seus discos?
ser. O povo continua positi -Depende da postura de
vo em relaçlo a Lula. Are
relac Laula. A re- cada um, do i esse de
cuperação dos indices de da um em proporcionar
popularidade dele mostra mais compartilhamento ou
claramente isso
menos. Estamos num siste
-Então ainda ere nele? ma democrático. A lei pro
- Nao tenho descrença. O porciona que pessoas defen-
sistema está ai, busca-se dam total reserva de domi-
aperfeiçoar o tempo todo, nio para suas obras, então
mas é um sistema de seres muitos ainda preferem re
"Ainda creio em
Lula. O sistema
servar todos
crianças, elas são imprensa nacional. Unilateralmente
os direitos, até
das no embate entre a lega é muito dificil. Brassil libera
porque não têm
lidade e a ilegalidade, são le- as drogas, e al?! E os outros
conhecimento do
que seja o processo
vadas quase que compulso ao redor não liberam? Affi-
riamente a optar pelo trafica complicado.
de flexibilização. Mari
co uma dimensão dramáti --Por que é tão importan-
sa Monte deve ter suara-
@ca, dificil, porque não optar te a escolha do padrão da
zões para não disponibili da maconha tem muita pelo tráfico é se colocar con TV digital no Brasil? O se
zar partes de suas obras coisa a ser discutida, que tra ele nas favelas onde eles nhor está por dentro da
da um, como eu, tem suas grande problema não é vivem, é complicadíssimo discussão?
razões. Alguns n o tem co- o usuário e, sim, os gran-
-Tenho acompanhado co-
nhecimento do que se trata, des carteis, que o proble-
mo cidadão, como ativista
não têm confiança, não ma da violencia está dire-
a está dire "Marisa Monte da comunicação e como mi.
acompanham as novidades tamente ligado ao tráfico
nistro. Tem pelo menos tres
ou mesmo não acreditam. de cocaina. Como o se-
deve ter suas
aspectos importantes por
---Por ser um artista antes nhor vê a questão de vio razões para que é um novo sistema,
de ser ministro, as pes. Incia ligada ao tráfico?
com possibilidades técni-
soas comuns se sentem -Acho que é complexo, bloquear as
cas de acesso muito maio
mais à vontade para recla- tem interesses variados, músicas em res que o sistema analogi
mar e criticar suas ações dos próprios traficantes,
co. A possibilidade de com-
-Acho que sim, por ter dos que consomem a droga, suas obras"
partilhamento democráti-
uma vida de atividade mais des grandes promotores do
co do espaço é uma possibi-
próxima a eles sem ter pas tráfico que estão por tris Um sentimento do meu co- lidade real. O que está em
sado a vida toda protegido dos traficantes. Tem hoje racho, que a razão sustenta discussão agora é a escolha
com a vai
a análise que ela pode
que a ocupação de cargos sustenta nesse tráfico, en fazer, é que sendo um pro- nis, americano ou europeu.
públicos da. A relação do tio sio varios aspectos e v- blema de saúde pública se em seguida a isso, o mode-
público com os artistas e ris partes. O que eu defen- ra mais fácil de ser solucio lo de exploracio sobre as an
desprovida de protocolo do, sem nenhuma certexanado. Muitos até argumen- ranjos rezultórios que aco
-O senhor viu o documendo que pode ser definitiva tam que a liberacho traria modem todos os parceiros,
tário 'Falcão- Meninos mente eficaz, é que a libera uma precipitação do proble- todos os interessados, 08
do tráfico'? Soube que no ção num plano internacio- ma de saúde pública, mas profissionais tradicionais,
livro que resultou desse nal, com um acordo inter en acho que mesmo que se os novos profissionais, a te
trabalho, os autores, Cel nacional, com os paises to tornasse um problema lefonia, que vem disputar
so Athayde e MV Bill, con- dos se submetendo o novo malor num primeiro mo agora o espaço nessa midia
tam que viram pessoas se status e se comprometendo mento, num segundo seria E depois a questo da pro-
questradas, mas não de a combater o uso e adesesti mais razoável que a sociedadução dos conteúdos, como
nunciaram? Em entrevis mular o consumo de dro: de agisse de uma forma con- a televisão digital pode e de
ta a O DIA, MV Bill disse gas, é que a liberação faria junta para resolver isso que maneira
influenciar a
que não quis interferir na desaparecer esse problema com o tráfico não pode ha produção
brasileira de con-
realidade. Qual o limite en policial que nós temos hoje ver contribuição.
teúdos, não só para nós
tre uma obra documental e transformaria o caso de Quando o senhor fala de mesmos, como o conteúdo
e a indignação?
policia para problema de liberação, fala de todas as brasileiro para competição
---Acho que MV Bill estava saúde pública. Como acon- drogas?
no mercado internacional
querendo preservar a iden- tece com o álcool, que no e -Falo gradualmente. Pode Nio tenho preferencia por
tidade do documento que uma droga proibida e que é partir das drogas menos nenhum dos sistemas.
estava fazendo o limite é a um problema de sade på complicadas as mais com- -Com tanta coisa para re-
questão de cada um. Voet blica e não um problema plicadas. Uma graduação solver, ainda sobra inspira-
quer saber diante de que policial.
no processo de liberação e ção ou secou a fonte?
uma compactuação interna- -No final do ano, quando
ria diante desse mesmo im- clo... os meninos acusa- cional. Unilateralmente al tive dez dias de folga, fix
passe. Realmente não selvam a policia de fazer par uns podem, como as palumas músicas com Jorge
qual seria meu impulso na te do esquema. Acredita ses europeus Holanda, Por Mautner. Mas no tenho ti-
tural; acho que o desejo na- nisso? Acha que realmen tugal e Suiça, que praticam do muito tempo para com
tural seria de poder denun- te não há interesse em re- mais essa liberação gradual por. Inspiração sempre
ciar no sentido de facilitar o solver a questio?
de drogas. Mas nos paises tem, o problema é dar tem-
resgate daquelas pessoas e -As partes do sistema poli- da América do Sul, onde a po a ela, espaço para que
de cumprir uma obrigação cial que são comprometi produção é grande, o tráfi- ela se concretize
cidada, denunciando o cu das - e não é só aqui é em co, a base de fornecimento -E para a familia, conse-
me. Tudo isso é um impulso qualquer lugar do mundo das drogas, donde essas ba- gue tempo?
natural que eu teria. O dele, se elas são comprometi- ses estão no caso do Orien - Um pouco, viajo muito
eu não quero julgar, ele de- das e se beneficiam da existe, a heroina: na América Meus filhos ainda sentem
veter tido suas razões, devetencia do tráfico, no estao do Sul, a cocaina; e África e minha falta, mas hoje em
ter uma explicacio mais mi interessadas que o tráfico partes da América do Sul, o dia, com a experiência, di
nuciosa sobre o assunto. desapareca. So setores que caso da maconha. Para es para administrar melhor a
-Falam que antes da des- por isso se manifestam con sus áreas, era preciso que passagem em casa, os meni
criminalização do usuário tra a liberação. Quanto as houvesse pactuação inter nos se acostumaram.