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Documentos do Arquivo Pessoal de Gilberto Gil

Instituto Gilberto Gil

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Brasil

  • Título: Documentos do Arquivo Pessoal de Gilberto Gil
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    CLIENTE: Gilberto Gil VEÍCULO: Jornal da Cidade - Bauru SEÇÃO: Mídia News CLIPPING SERVICE DATA: 18/06/2008 Gilberto Gil vê delícia e angústia na era virtual Jotabê Medeiros Chega hoje às lojas o novo disco do cantor, compo- sitor, violonista, acordeonista e ministro da Cultura brasilei- ro Gilberto Gil. "Banda Lar- ga Cordel" (lançamento War- ner Music Brasil), como o nome anuncia, sugere uma tentativa de aproximação te- mática entre o universo da tec- nologia de informação de pon- ta e a cultura tradicional bra- sileira. Uma exploração poé- tica das possibilidades do mundo high tech - em choque contínuo com a toada low tech da exclusão cultural e social. Muitos têm interpretado “Banda Larga Cordel" como mais um exemplar da fasci- nação de Gil pelo universo tecnológico, coisa que vem desde a Tropicalia, quando ele compôs "Cérebro Eletrônico" e "Futurível" (1969), e que prossegue ao longo da carrei- ra, com exemplares como "Cibernética" (1974), "Para- bolicamará" (1991) e “Quan- ta" (1997). Ouvindo-se atentamente o álbum, vê-se que não é tão verdade nesse caso. Gil, na PÁG.: 27 realidade, analisa fundamen- talmente o impacto da tecno- logia nas formas de produção popular, no comportamento do povo, na ambivalência moral que surge com a novidade ele- trônica. A tecnologia está aí "para o bem e para o mal", foi o que ele disse. A canção que abre o disco é sintomática dessa revisão: “Despedida de Solteira” foi construída como se fosse uma daquelas parcerias antigas de Gil com Dominguinhos, e seu tema explora a reação do tra- dicional macho nordestino face à liberação sexual (que não se funda mais em uma antiga dualidade). Gil liquidifica todas as suas referências musicais. A sono- ridade nordestina, que ele já tinha fundido com o reggae no disco em homenagem a Bobo Marley, agora serve para seu comentário sobre o paradoxo da tecnologia chegando ao sertão, o Ponto de Cultura che- gando a Sousa, ao Vale dos Dinossauros da Paraíba. É esse o invólucro que embala o forró "Não Grude Não", no qual Gil parece examinar sua própria condição transitória de ministro da Cultura e suas caravanas pelo Interior do Brasil. "Numa cidade, soda- del Noutra cidade, sodade/ Quem se escafede se antece- de ao fim do fim. Mesmo quando ele parece sair dessa discussão, a discus- são volta à baila. Por exemplo: na gravação de "Formosa", canção de Baden Powell e Vic nicius de Moraes, o samba de Baden é trazido à tona como se fosse um exemplar de um tempo no qual se inventava a modernidade, os afro-sambas ecoando a origem e o futuro. Uma simples seção de metais turbina o samba. Gil é prolixo em uma letra (“Banda Larga Cordel") e faz um haicai de outra ("Amor de Carnaval"). É básico na for- mação rítmica de "A Faca e Queijo" e "Outros Viram" (que toca só, ao violão) e es- cala uma big band em outra ("Gueixa no Tatame"). Além do “Deus dos esnobes", o sá- bio poeta tropicalista nos mos- tra que a chave essencial da modernidade ainda é pensar com clareza. E saber concluir com graça. Um belo disco. (Agência Estado)
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