CLEUSA MARIA
SÃO PAULO-Com a presença do
ministro da Cultura Gilberto Gil, do
acadêmico e ministro do Tribunal
de Contas da União,
Marcos Vilaça,
pai do homenageado, o galerista
Marcantonio Vilaça, e de um time
de artistas - entre eles Beatriz Mi-
lhazes, Rosângela Rennó, Luiz Zer-
bini e Efraim de Almeida-foi lança-
do terça-feira, no Museu de Arte
Moderna de São Paulo, o maior prê.
mio já atribuído às artes plásticas no
Brasil. O Prêmio CNI-Sesi Marcan-
tonio Vilaça para as Artes Plásticas
promete ser uma alavanca para o de
senvolvimento da produção contem-
porânea que, até o momento, poucos
recursos tem obtido, seja do poder
público ou da livre iniciativa. A ceri-
mônia representou também a es-
tréia nas artes plásticas da Confede-
ração Nacional da Indústria (CNI),
através do Sesi, que promove anual-
Alento para o artista
CNI-Sesi lança o maior prêmio de artes plásticas do país
GILBERTO GIL entre Vilaça e Monteiro Neto: homenagem a Marcantonio Vilaça
mente ações de incentivo à cultura,
- Precisamos instituir no
Brasil a
figura do mecenato privado-defen
deu o presidente da CNI, Armando
Monteiro Neto.
O prêmio - uma homenagem ao
galerista pernambucano Marcanto
nio Vilaça, morto em 2000 aos 37
anos -funcionará como bolsa de tra-
balho. No valor total de R$ 150 mil,
contemplará com R$ 30 mil cada um
dos cinco artistas selecionados. O pro-
cesso de escolha será feito em duas
etapas, por duas comissões de compo-
sição ainda não divulgada. A bolsa
permitirá que, sob o acompanhamen-
to de curadores e críticos, os vencedo-
res possam aprofundar sua produção
ao longo de um ano. A intenção é que
a escolha dos artistas seja a
mais
democrática possível
- Para que esses nomes não
fiquem reduzidos ao eixo Rio-
São Paulo, a comissão
(a pri
meira delas fará uma triagem
dos artistas) será composta por
um pernambucano, dois flu-
minenses e um paulista - ex-
plicou Marcos Vilaça.
Durante o lançamento do prêmio,
no discurso emocionado em memória
do filho, o acadêmico, sempre acom-
panhado da mulher Maria do Carmo,
lembrou que "um morto amado nun-
ca pára de morrer". Mas a escolha do
nome de Marcantonio Vilaça para o
maior prêmio das artes plásticas do
país, se não ajuda a superar a dor da
perda, conforta. É mais uma reve-
rência ao trabalho de valorização e
profissionalização da arte contem-
porânea brasileira a que se dedicou,
durante 20 anos, o colecionador e
galerista
O regulamento do prêmio
prevê que os candidatos, bra-
sileiros ou residentes no país
há mais de cinco anos, aten
dam a pelo menos um dos se
guintes requisitos: ter nasci
do em ou após 1962, ano de
nascimento de Marcantonio
Vilaça; ter realizado no máxi-
mo até três mostras indivi.
duais; ter dez anos de carreira inin
terruptos. As inscrições, que devem
ser feitas apenas nos Correios, estão
abertas de hoje a 15 de julho. Infor-
mações pelo telefone 080061-0606 e
no site www.sesi.org.br.
Prêmio
dividirá
R$ 150 mil
entre cinco
artistas
plásticos