16 Esporte
BRAZIL TODAY
Havelange ameaçapunir Brasil Saida de Paula
A conquista da III Copa das
Américas de Basquete Feminino pelo
Brasil, em São Paulo, no dia 10 de
agosto assinalou a despedida da
jogadora Paula da seleção. Apesar
dos gritos de "fica, fica da torcida
após a vitória de 101x95 sobre os Es-
tados Unidos na final, ela garante que
desta vez a camisa 8 que defendeu por
21 anos irá mesmo para a gaveta.
Doravante ela pretende apenas jogar
em clubes.
Depois da conquista do Mundial
de 94 e da medalha olímpica de prata
em Atlanta, no ano passado, ela
anunciou seu desligamento da seleção,
mas sempre foi convencida a voltar
atrás. Agora, aos 35 anos, quer sair
por cima, deixando como lembrança
sua grande atuação no torneio, em
que foi a cestinha e a melhor jogadora.
A vaga para a final foi conquistada
com uma vitória de 87x83 sobre os
Estados Unidos, com 35 pontos mar
cados por Paula, que ainda recebeu
uma mordida braço da campeã
olimpica Teresa Edwards numa
disputa de bola. Na final ela marcou
38 pontos e
"Aquele coro da torcida mexeu
comigo. O mais difícil é a gente saber
a hora parar. Quero deixar a
imagem daquela partida, onde joguei
tudo aquilo e ainda conquistei três
prêmios individuais. Gostaria de fazer
como o Zico, que saiu quando todos
ainda queriam que ele continuasse"
declarou a jogadora, que apontou a
sua irma Branca como a sua sucessora
Dois dias após a despedida ela já
se manifestava saudosa da seleção,
confessando ter relembrado algumas
vezes os melhores momentos dos 21
anos anos em que jogou nela, mas
garantiu queras. O técnico
Carlos
e torcida
esperam que ela mude de idéia e
dispute o Mundial de 1998, na
Alemanha
D
isposto a moralizar o
futebol
brasileiro, o ministro extraor-
dinário dos Esportes,
Édson
Arantes do Nascimento, o
Pelé, dá os últimos retoques no ante-
projeto de lei que apresentará ao Con-
gresso. Pela proposta, que tem o apoio
do presidente Fernando Henrique, os
clubes seriam transformados em em-
presas, os dirigentes poderiam ser
responsabilizados criminalmente pe-
las suas administrações, tendo os seus
bens bloqueados, e a arbitragem e a
justiça desportiva deixariam de ser
administradas pela Confederação
Brasileira de Futebol (CBF). As novas
regras foram criticadas pelo presidente
de Fifa,
João Havelange, que ameaçou
desfiliar o Brasil da entidade se elas
forem aprovadas.
A ameaça de Havelange, se
cumprida, tiraria o país da disputa da
Copa da França. Mesmo assim, nem
Pelé nem FHC admitem voltar atrás.
Ao sentir a firmeza de propósito de
ambos, Havelange assumiu um tom
mais conciliador e pediu uma audiên-
cia com o presidente e o ministro das
Relações Exteriores, Luis Felipe Lam-
préia, a fim de discutir o assunto e
convidá-los oficialmente para as-
sistirem a Copa. O presidente da Fifa,
cujo genro, Ricardo Teixeira, preside
a CBF, afirma estranhar a interferên-
cia do ministério numa entidade
"administrada com eficiência e mo-
dernidade". Segundo ele, "o estatuto
da Fifa diz que as arbitragens têm de
estar subordinadas às entidades, assim
como os tribunais de justiça". Ha-
velange considera a iniciativa de Pelé
um ato pessoal contra ele.
A briga entre os dois vem de 1994,
quando o ministro afirmou haver
corrupção na CBF. Havelange tomou
as dores do genro e não convidou Pelé
para o sorteio dos grupos da Copa.
Em 1991, ele já havia ameaçado
desfilaro Brasil por causa da aprovação
da Lei Zico, Chile, Espanha e Ingla-
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João Havelange ameaçou desfiliar o Brasil
terra também sofreram pressões se-
melhantes no passado
CPI - Desde o aparecimento em
maio das gravações telefônicas em
que Ivens Mendes, ex-presidente da
Comissão de Arbitragem da CBF,
prometia "até falar com o juiz" para
que o Atlético PR vencesse o Vasco
pela Copa do Brasil a CBF está sob
fogo cerrado. A situação piorou quan-
do Ricardo Teixeira passou por cima
do regulamento do Campeonato
Brasileiro e sustou o rebaixamento do
Fluminense - clube de Havelange - eo
Bragantino à segunda divisão. Sentin-
do-se prejudicado, o Náutico, terceiro
colocado do campeonato da segunda
divisão, recorreu ao Tribunal de Jus-
tica Desportiva para ocupar a vaga do
Bragantino, mas perdeu. Pelo
regulamento, um clube rebaixado da
divisão principal do seu estado, como é
o caso do Bragantino, não pode dis-
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da Fifa se as novas regras forem aprovadas
putar o campeonato nacional.
Indignado, Carlos Alberto Oli-
veira, presidente da Federação Per-
nambucana de Futebol, passou a
dos que, como Pelé,
em uma CPI da Arbitragem. Em
retaliação, Teixeira mandou um
recado avisando que não permitiria
mais a seleção realizar amistosos
no estado. "Éle disse que não podia
colocar o Náutico na primeira divi-
são, mas que em troca arranjaria aju-
da financeira da Nike, desde que
não reagissemos à saída do clube da
divisão principal", revelou Oliveira
Na segunda semana de agosto, a CBF
enviou R$ 100 mil ao Náutico. O fato
irritou o presidente da federação, que
considerou o gesto uma tentativa de
suborno. "O dinheiro chegou no
momento em que defendo a
convocação da CPI da Arbitragem",
estranha ele
COISA
NOSSA
1. quinzena de agosto de 1997