CLIENTE: Gilberto Gil
VEÍCULO: Correio Popular - Campinas
SEÇÃO: Brasil
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ELEIÇÕES III REGRAS
Governo prepara cartilha de conduta
Reunião ontem para definir comportamento de ministros na campanha política não teve consenso no primeiro escalão
Dida Sampai AE
Once
De Brasilia
O governo federal vai restrin-
gir a participação de minis-
tros nas
campanhas eleitorais
de outubro para evitar acusa-
ções de uso da máquina públi-
no período das disputas
municipais. Durante reunião
ministerial conduzida pelo
presidente
Luiz Inácio Lula
da Silva ontem, o advogado-
geral da União José Antônio
Dias Toffoli alertou os minis-
tros sobre os riscos de proces-
sos na Justiça pelo uso da má
quina a partir de hoje- quan-
do começam as convenções
partidárias que oficializam as
candidaturas a prefeito.com
A reportagem apurou que
Geddel, ao lado de Nascimen-
to, foi um dos mais enfáticos
na defesa da liberação para
que os ministros participem
de campanhas em diversos Es-
tados. "Alguns ponderaram
que são dirigentes partidários
e defenderam a militância de-
les onde o partido tiver candi-
dato. Outros defenderam gra-
vações em vídeoso, que é a
mesma coisa que estar presen-
te. O presidente pediu que es-
sa decisão fosse tomada na se-
mana que vem em reunião
com os ministros políticos,
que estão envolvidos em poli-
ticas municipais”, disse.
Na opinião de Múcio, seria
mais fácil restringir as campa-
nhas nos Estados de cada mi-
nistro para evitar processos
na Justiça. "Nós defendemos
que o melhor seria que cada
ministro trabalhasse nos seus
Estados."
O ministro
José Múcio
Monteiro (Relações Institucio-
nais) defendeu na reunião
que os ministros fossem libe-
rados para participar de cam-
panhas eleitorais em suas ba-
ses políticas, mas maioria
dos presentes preferiu que
não haja restrições de localida-
des onde poderão acompa-
nhar candidatos aliados.
Toffoli vai distribuir na se-
mana que vem a todos os mi-
nistros uma cartilha com
orientações sobre a conduta
de cada um no período pré-
eleitoral. Entre as restrições
está o uso de aviões da Força
Aérea Brasileira (FAB) quan-
do houver a participação de
ministros em eventos de cam-
Como parte dos ministros panha. Os ministros também
integra direções nacionais de não poderão usar carros ofi-
partidos
políticos, o presidenciais do governo em atos elei-
te Lula decidiu analisar cada torais.
caso em reunião com os mi- "Você ir para o seu Estado
nistros do grupo político do mesmo tendo a passagem
governo na semana que vem. que tem direito em um dia de
Entre os que defenderam a fle- evento político, pode ser usa-
xibilidade nas campanhas es- do que usou recurso público
tão os ministros Geddel Vieira para ir a um evento político,
Lima (Integração Nacional), mesmo que você vá toda sex-
Alfredo Nascimento (Trans- ta-feira, por exemplo. Alguém
portes), Orlando Silva (Espor- pode interpretar que você usa
tes) e Tarso Genro (Justiça) - a máquina pública para fazer
todos com participação em di- campanha. Então, não se po-
retórios ou executivas de parti- de usar nada", disse Múcio.
dos da base aliada governista. Visivelmente incomodado
Material com normas
deverá ser entregue
na próxima semana
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Lula preside reunião ministerial: falta de acordo adia decisão sobre
com as imposições da legisla- Palanques
ção eleitoral, o ministro não Apesar de afirmar que o presi-
conseguiu detalhar todas as dente Lula vai analisar as exce-
proibições ao afirmar que a ções "caso a caso", Múcio de
lista é muito longa". "O que fendeu que os ministros não
não pode é tanta coisa que subam em palanques em mu-
eu não consegui decorar o nicípios onde houver mais de
que pode é muito pouco, de um candidato de partidos que
forma que o advogado-geral compõem a base de sustenta-
da União) ficou a encami- ção do governo federal. "O ló-
nhar para os ministros o que gico é que isso aconteça no se-
não pode. O que suscita dúvi- gundo turno. Se você tiver mu-
das, ele determinou que tives- nicípio dos 14 partidos do go-
sem cuidado porque pode verno em um só palanque,
ser usado contra a pessoa físi- não vai ter roblema. Mas as ex-
ca do ministro."
cecões serão analisadas caso
participação de ministros na eleição
a caso. A orientação ainda
não houve."
Múcio disse que as alianças
municipais devem ser firma-
preocupação de não arranha-
rem as coligações na esfera fe-
deral. "Os ministros manifesta-
ram suas preocupações em re-
lação aos seus partidos. Preci-
sa ver como se vai se interpre-
tar para que não se crie proble-
mas na volta, na recomposi-
ção da base", afirmou.
O ministro, que foi o porta-
voz da reunião ministerial de
A FRASE
"O que não ions
pode é tanta
coisa que eu
não conseguimo
decorar. Oblast
con
que pode é
muito pouco."
no
JOSÉ MÚCIO
O
Ministro das Relações Institucionals
ontem, disse que não houve
discussão "fulanizada" sobre
a participação dos ministros
nas campanhas. Questionado
se a ministra Dilma Rousseff
(Casa Civil) participaria das
campanhas municipais, uma
vez que já foi lançada como
pré-candidata à sucessão de
Lula, Múcio desconversou.
"Não foi fulanizada partici-
pação de ninguém. A minis-
tra Dilma é gaúcha. Vai entrar
na regra. Todos os ministros
seguirão uma orientação só",
enfatizou.
Somente quatro dos 37 mi-
nistros não participaram da
reunião no Palácio do Planal-
to nesta segunda-feira: Carlos
Lupi (Trabalho), Gilberto
GN
(Cultura), Patrus Ananias (De-
senvolvimento Social) e Nil-
céia Freire (Secretaria de Polf-
ticas para Mulheres). Os mi-
nistros Carlos Minc (Meio Am-
biente) e Orlando Silva perde-
ram o início da reunião, mas
chegaram atrasados no Pala-
cio do Planalto. O líder do go-
verno no Senado, Romero Ju-
cá (PMDB-RR), também parti-
cipou do encontro. (Da Folha-
Dress