Jornal da ABI
dução de conteúdos. Trabalhar com as no-
vas possibilidades de formato, com o esti-
mulo a formação de pólos de produção lo-
cal, com a incorporação de produção inde-
pendente, com o equilíbrio entre a produ-
ção nacional e a produção local.
As ações imediatas que o Governo en
tendeu como necessárias naquele momen
to em que se definiu esse papel do Estado
Montar uma força-tarefa para as negocia-
ções, força que deve conduzir as negocia-
ções com os países vizinhos interessados.
Ainda há pouco surgiu na imprensa a ques-
tão da divergência argentina com relação
ao padrão. A Argentina parece inclinar-se
pelo padrão americano ou europeu, en-
quanto o Brasil parece estar se inclinando
para o padrão japonês. Havia no início uma
expectativa de que a América do Sul fosse
toda ela com um padrão só para possibili
tar compactuações conceituais, tecnológi-
cas, produção de escala otimizada, etc. frui-
ção da produção industrial dos países to-
dos, criação de mercados externos e tal.
Não se sabe se isso vai ser possível.
G-Diretriz para que o Grupo Gestor ul-
time as definições necessárias para uma
avaliação de conjunto pelo Comité de De.
senvolvimento, preparando uma tomada
de posição conjunta do Governo, que é exa-
tamente o que está se dando agora. Esse
Grupo Gestor informou, instruiu, abaste-
ceu o Comitè de Desenvolvimento forma
do pelos Ministérios de todas as informa-
ções, de todos os dados necessários para
que eles tivessem uma base de apoio para
as suas decisões e é exatamente esse pro
cesso que estamos vivendo no momento.
H- Manter acompanhamento do proces-
so em nível ministerial. Isso está sendo fei-
to. Monitorar essa questão dos prazos, essa
questão dos compromissos, mais ou me-
nos, parcialmente ou integralmente assu-
midos entre o Brasil e algumas áreas do
exterior
Enfim, toda essa discussão vai ser mes-
mo sobre o sistema japonês, a modulação
japonesa; a modulação européia; a modu-
lação americana. Nós estamos agora em fa-
se de decisão. A impressão que temos no
Governo é que há um amadurecimento re-
lativamente grande com relação a questões
técnicas, porém há muito a amadurecer com
relação ao que sucederá a definição técnica,
ou seja, a questão da lei das comunicações
sociais, de que ela tratará, o que ela abran-
gera; a questão do marco regulatório, como
será feito, se teremos uma agência, se não
teremos uma agência, se a agência que já
existe no âmbito das comunicações será do-
tada do que precise se complementar para
essas tarefas ou se uma outra será criada.
Enfim, essa questão toda do marco re-
gulatório: como serão tratados os novos
players ou novos atores, as telecomunica-
ções. Essa questão regulatória está sendo
também definida agora, e, portanto, a no
que diz respeito mais diretamente ao Mi-
nistério da Cultura, como regulará a poll-
tica de produção e difusão de conteúdos
no Brasil, do audiovisual de modo geral e,
em particular, daqueles que terão abrigo na
difusão, na produção mas especialmente
na difusão via televisão digital
Dei um apanhado geral de como as col-
Junho de 2006
QUE TV SERÀ ESSA?
A Deputada Jandira
Feghali questionou qual a
tv que virá com o sistema
digital: uma democrática
ou concentrada, como
agora? Abrirá espaços
para novos radiodifusores
e para a tv comunitária?
sas estão, como estamos vendo as questões
lá no Governo e como temos tratado essas
questões e gostaria de deixar um espaço
para que outros se manifestem.
Maurício Azêdo - Antes de passar a
direção dos trabalhos novamente ao nos-
so Vice-Presidente Audúlio Dantas, a mesa
registra que chegou e está já com assento
à mesa o nosso companheiro jornalista Sér-
gio Gomes da Silva. Sem desapreço a ou-
tros membros da ABI, nós queremos regis-
trar com especial carinho a presença entre
nós na platéia do jornalista e ex-Senador Ar-
thur da Távola, que foi o relator das mate-
rias relacionadas com comunicação social
na Assembléia Nacional Constituinte, e
também a presença do nosso companheiro
Conselheiro da ABI, tal como Arthur da Tá-
vola, Fernando Barbosa Lima, que foi o pio-
neiro da televisão de qualidade no Brasil
através de programas que criou em diferen-
tes emissoras. Por fim, a mesa registra as
mensagens de cumprimentos à ABI e ao
Ministro Gilberto Gil enviadas pelo Secre
tário de Estado de Segurança Pública, Ro-
berto Precioso Júnior,
pelo Secretário Mu-
nicipal de Obras, Carlos Eugênio Adegas,
pelo Prefeito Municipal de Santo Antônio
de Padua, Luis Padilha Leite, dos Deputa-
dos estaduais Alberto Brizola, Andrea Zito,
Dica, Léo Vivas e Edna Rodrigues, da Ve-
readora Tereza Bergher e dos Vereadores de
rominho e Dr. Adilson Soares.
Devolva a palavra e a direção dos traba-
lhos ao nosso companheiro Audálio Dantas.
Audálio Dantas - Agradecendo mais
uma vez as palavras do Ministro Gilberto Gil,
nos damos continuidade a esse debate dan-
do a palavra à Deputada Jandira Feghali.
Jandira Feghali - Eu cumprimento e
agradeço à Associação Brasileira de Impren-
sa por ter me incorporado a este debate. Nas
pessoas de Maurício Azido e de Audalio eu
cumprimento todos os diretores da ABI e
os Conselheiros como Arthur da Távola e
Fernando Barbosa Lima. Cumprimento o
nosso Ministro Gilberto Gil, que democra-
ticamente, estimula este debate em todo o
País de forma muito consistente e aberta
Cumprimento as entidades aqui represen-
tadas e particularmente
um parceiro de mui-
tos debates, Gustavo Gindre.
E eu entraria aqui; rapidamente, num
primeiro conceito que me parece muito im
portante que é a compreensão de que de
bater a comunicação é debater a democra-
cia, até porque nós lidamos - e até aqui
nesta Casa tão importante à democracia
brasileira na sua trajetória, como também,
no presente - nós temos a clareza absolu-
ta de que comunicação é estratégia para
democracia, comunicação é uma conces-
são pública, a produção pode ser privada
em muitas televisões, mas o transporte da
informação é público e tem que seguir, por-
tanto, a caracterização da Carta Magna pe-
la função social la determinada. E o artigo
221 é um parceiro nessa definição do que é
a comunicação e do que ela deve atender.
Lá, nos incisos do artigo
221, estão explicitados a
regionalização, o espaço
à produção independen
te, a função educativa,
cultural, ética, etc, etc e
nós sabemos o que a in-
gerência política tem
produzido, dependendo
de sua linha editorial, no
resultado inclusive de
eleições no Brasil, de des-
tinos do País. Tudo isso
nos todos conhecemos
aqui e não precisamos
delinear aqui esses aspec
tos fundamentais
Nesse sentido, o deba-
te sobre tv digital tem
tido, dentro do que nos enxergamos, uma
grande parceria com o Ministério da Cul-
tura numa posição avançada, como tam
bém da Ancine. Temos vivenciado esse de
bate de uma forma muito próxima na vi-
são do que deve ser esse novo modelo da
televisão brasileira. Eu só fico triste por
que o rádio não está envolvido com tanta
intensidade nesse debate e o rádio é um
instrumento importante também da co-
municação no Brasil
E esse debate da tv digital por algum
tempo ficou extremamente enviesado. Sin
ceramente, nem ao Ministério da Cultura,
nem à sociedade importa muito centrar o
debate se o modelo é europeu, japonés ou
americano. O que importa é criar um sis-
tema brasileiro de tv digital, em que o cen-
tro do debate seja qual o modelo de explo-
ração da nova televisão brasileira. De fato
cu nunca vi nenhuma manifestação na rua
em que a sociedade se mobilizasse com fai-
xas sem fantasma
Nossa preocupação maior é: que televi-
são será essa? Será de fato mais democra-
tizada ou se manterá concentrada com os
mesmos radiodifusores de hojeAbrirá es-
paço para novos radiodifusores, para a ra
diodifusão comunitária, para a televisão
educativa, para nova função. Hoje há ca
nais que ficam vendendo boi, jóias, tape-
tes, a noite inteira. Esse não é um progra-
ma que nós gostariamos de continuar ven-
do na televisão brasileira. Mas é que tipo
de programação, que público vamos atin
gir e qual o conteúdo
Essa é uma palavra-chave para nós. Qual
é o conteúdo da nova programação brasi-
leira? E isso a tv digital proporciona: uma
multiplicação de possibilidades, de demo-
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