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VEÍCULO: Jornal do Commercio - Recife
Caderno C
17/03/2007
FABIO CYPRIANO
Folhapress
ARTES PLÁSTICAS
brasileira é
Colecão
vendida para os EUA
A mais importante coleção de arte construtiva brasileira, que pertencia ao
paulistano Adolpho Leirner, foi vendida ao Museum of Fine Arts, de Houston
ALEXANDRE BELEMJC IMAGEM
A arte
mais importante coleção de
construtiva
brasileira,
com cerca de cem obras, rea-
lizadas entre 1950 e 1965 e que per-
tencia ao paulistano Adolpho Leir-
ner, foi vendida ao Museum of Fine
Arts, de Houston (EUA), anunciou
ontem a assessoria da instituição. A
perda dessas obras é comparável à
aquisição, pelo argentino Eduardo
Constantini, do Abaporu de Tarsila
do Amaral - que inspirou o Manifes-
to Antropófago - comprado em
um leilão por cerca de US$ 1,5 mi-
Thão, em 1995.
As peças da coleção Leimer re-
presentam um dos momentos mais
importantes da produção nacional,
com obras emblemáticas como Bi-
cho, de Lygia Clark, ou Metaesque-
ma de
Hélio Oiticica. Entre outros,
fazem parte da coleção artistas co-
mo Volpi, Mira Schendel, Sérgio Ca-
margo, Waldemar Cordeiro e Cice-
ro Dias.
"Vendi ao Museu de Houston
porque me pareceu o local mais
adequado", disse leimer, ontem. O
colecionador não revela o valor: is-
so é considerado sigilo por contra-
to.
O museu norte-americano, por
meio de um departamento denomi-
nado Centro Internacional para as
Artes das Américas (ICAA), tem se
destacado por sua ação em relação
à arte latino-americana. Atualmen-
te, o museu exibe a exposição Bo
dy of color(corpo da cor), que abor-
da um recorte da obra de Hélio Oiti-
cica, e segue, em junho, para a Tate
Gallery inglesa.
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ACERVO Entre as obras vendidas estão quadros de Cícero Dias
O ICAA está elaborando, em co-
laboração com o Projeto Oiticica, o
catálogo raisoné do artista, além de
elaborar uma compilação denomi-
nada Documentos latino-america-
nos do século 20: Projeto de arqui-
vo digital de publicações, em fase
de pesquisa
A coleção Leimer, que foi tema
de mostra do MAM-SP em 1998, se-
rá vista na íntegra em Houston a
partir de 20 de maio. Sua venda
atesta a crescente repercussão do
construtivismo brasileiro no exte-
rior.
MUSEU FECHADO-O Museu In-
ternacional de Arte Naif do Brasil,
no Rio de Janeiro, fechou as portas
para o público. O casarão, no Cos-
me Velho, Zona Sul carioca, abriga-
va um acervo de 6 mil obras de ar-
te. O motivo alegado foi a falta de
dinheiro. No ano passado, o museu
Naif recebeu 11.187 visitantes, dos
quais 4.039 eram turistas.
Em janeiro, já havia sido reduzi-
do de 12 para 5 o número de funcio
nários. No mês passado, 40 telas
que estavam guardadas na reserva
técnica foram destruídas por
cupim
Jacqueline Finkelstein, filha do
francês Lucien Finkelstein, de 75
anos, dono do acervo disse que
mandou cartas "pedindo socorro"
para o ministro da Cultura, Gilberto
Gil, e para o prefeito Cesar Maia,
mas não teve resposta. Desde 2001,
por determinação de uma lei muni-
cipal
, o museu recebe recursos da
prefeitura. São R$ 230 mil por ano,
mas o pagamento é irregular. Em
2004, só chegaram R$ 50 mil. Des-
de então, afirma a diretora, a institui-
cão ficou atolada em dívidas.