CLIENTE: Gilberto Gil
VEÍCULO: O Estado de S. Paulo - SP
CLIPPING SEÇÃO: Nacional
SERVICE DATA: 22/03/2007
NACIONAL
Eugênia Lopes
Denise Maduelio
BRASÍLIA
CRISE NO AR
ube
Governo enquadra base e consegue
enterrar a CPI do Apagão Aéreo
Apesar das dissidências, Executivo obtém 308 votos para recurso do PT que levou a arquivamento da investigação
O governo conseguiu ontemen-
terrar a instalação da CPI do
Apagão Aéreo, com a aprova-
ção, pelo plenário da Câmara,
do recurso do PT que arula a
instalação da comissão. Foram
308 votos a favor, 141 contra e
duas abstenções. Para garantir
a vitória folgada, o governo
usou o rolo compressor e enqua-
drou os partidos da base aliada
den
investigação. O principal al-
vo do Planalto foi o PDT que,
ontem, ao contrário da véspera,
votou fechado com o governo.
Depois de correr o risco de
perder o Ministério da Previ-
dência, o PDT deu ll votos con-
tra a instalação da CPI. O presi-
dente do partido, Carlos Luppi,
defendeu ontem, em nota, o ar-
quivamento da comissão. “Ogo-
verno está tratando muito mal
OPDT.E se continuar nesse rit-
mo não tem como trabalhar
com o governo. Estamos votan-
do hoje contem) a pedido do pre-
sidente nacional do partido", ob-
servou o deputado Paulo Perei-
ra da Silva (PDT-SP).
Os pedetistas não escondiam
seu descontentamento com o
governoe reclamam que opresi-
dente
Luiz Inácio Lula da Silva
tem constrangido Luppi uma
vez que não o nomeou para o
ministério, apesar de ter ofere-
cido a pasta ao PDT há cerca de
dez dias. Desde então, Lula não
tocou mais no assunto.
A base aliada apresentou dis-
sidências. Apesar de ter sido
contemplado com cinco minis-
térios, o PMDB apresentou um
indice de traição de 12%, com
nove votos contra o governo -
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SEM FESTA-Olíder do PT, Luiz Sérgio (de terno claro), foi um dos poucos no plenário a comemorar a aprovação do recurso contra a CPI
PDT, PAN, PCdoB, PSC,PMN,
PRB PHS. Também houve sur
presas para a oposição: quatro
deputados do PFL e um do PS-
DB votaram com o governo.
Apesar da vitória do gover-
no, a decisão final sobre o desti-
no da CPI do Apagão Aéreo se
rá do Supremo Tribunal Fede-
ral (STF)."Quem vai dar a pala
vra final vai ser o Supremo",
afirmou o líder do PSDB, Anto-
nio Carlos Pannunzio (SP). O
Plarialto se empenhou e não
poupou esforços para derrubar
a CPI porque quer sinalizar ao
STF que a maioria dos deputa-
dos é contra a investigação.
Com minoria na Câmara, os
partidos de oposição (PFL, PS
DB e PPS) tentaram protelar o
resultado final sobre o recurso.
Depois de duas horas de obs-
trução, com a apresentação de
foram 65 pelo arquivamento da
CPI do Apagão. No PP, quatro
deputados votaram a favor da
CPle, no PSB, três votaram con-
tra o governo-entre eles os de-
putados Ciro Gomes (CE)e Li-
za Erundina (SP). No PR houve
um voto favorável a CPI, O PV
do ministro Gilberto Gil deu 11
'votos contra o governo e ape-
nas um pelo engavetamento.
Totalmente fiéis foram PT,
TV de Lula não é a que
Chávez faz, diz ministro
Hélio Costa, das Comunicações,
afirma que canal do Executivo não
é uma televisão estatal PÁG. A12
requerimentos para adiar a vo-
tação, discursos na tribuna e
questionamentos regimentais,
os partidos de oposição cede
ram e concordaram em fechar
um acordo com a base do gover-
no. A oposição retirou os 12 re-
querimentos que pediamo adia-
mento da votação em troca da
votação nominal do recurso.
"Cada deputado vai ter de
mostrar seu voto e deixar claro
Impasse na CCJ
vira guerra entre
Picciani e oposição
Além de manter paralisadas
as votações na Câmara, a CPI do
Apagão Aéreo pôs em pé de guer-
ra o presidente da Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ), Leo-
nardo Picciani (PMDB-RJ), e a
oposição (PFL, PSDB e PPS). Os
mais irritados são os pefelistas,
em particular o deputado Antonio
Carlos Magalhães Neto (PFL-BA).
"Estou preparando um arra-
zoado com as arbitrariedades que
o Picciani está cometendo na
CCJ", anunciou o pefelista. "O
ACM Neto resolveu radicalizar. A
obstrução dele passou a ser pes-
soal, pirraca", rebateu Picciani.
Da tribuna, o líder Onyx Loren-
zoni (PFL-RS) atacou: "Picciani
tem demonstrado inadequação
para o exercício do cargo. Não
está à altura. Talvez a juventude
seja uma dificuldade. A pouca
experiência, talvez outra, e a pou-
ca solidez dos conhecimentos
constitucionais e jurídicos."
Anteontem, na votação da
CCJ que engavetou a CPI, Piccia-
ni foi alvo de críticas ácidas e Jú-
lio Redecker (PSDB-RS) amea-
çou agredi-lo. E.L.
quem é contra e quem é a favor
da CPI", disse o deputado
ACM Neto (PFL-BA). "O gover-
no vai comemorar sua vitória e
nós vamos para os aeroportos
recolher assinaturas para que
haja investigação", afirmou o
deputado Fernando Gabeira
(PV-RJ). •
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