Brasil
PEIXE, VINHO E MAIS CONCORRENTES
A entrada da senadora
Marina
Silva na disputa presidencial mobilizou
partidos da base aliada do governo
e também da oposição. O movimento
mais visível foi feito pelo PT e pelo
PSB. Na noite da quarta-feira 12, no
Palácio da Alvorada, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva recebeu
as principais lideranças do PSB e o
deputado Ciro Gomes (CE). O jantar
começou às 21 horas e só terminou a
uma hora da madrugada. No cardápio,
vinho e peixe. Na pauta, a candidatura
de Ciro à Presidência da República,
uma possibilidade que o presidente
opinião pública que clama por mudan-
ça na política fora do discurso tucano-
petista. Ela trouxe o imponderável para
uma eleição que tem como ingrediente
fundamental o fato de, pela primeira
vez, em 21 anos, Lula - e sua antítese,
o anti-Lula - estar fora da disputa.
Levantamento feito pelo Instituto
de Pesquisas Sociais, Políticas e Econo-
micas (Ipespe), por encomenda do PV,
mostra que a candidatura de Marina
não só é viável como pode ameaçar
PV NO
TEMPO
Fernando
Gabeira volta
do exilio e
começa a arti-
cular a criação
da legenda
Fundação do partido. Em coligação como
PT, O PV inaugura a agenda ambiental na
política brasileira, assim como os temas do
racismo, da descriminalização da maconha
e do direito dos homossexuais. O momento
marcante foi o abraço à Lagoa Rodrigo de
Freitas, no Rio, com 100 mil pessoas
38 ISTOÉ 2075 19/8/2009
vinha tentando evitar e que o próprio
deputado mantinha em suspense até
que o fator Marina ganhou corpo. “
Ciro
Gomes é candidato à Presidência da
República", disse a Lula o presidente
do PSB, o governador de Pernambuco,
Eduardo Campos. "Ciro, você foi corretis-
simo comigo no governo, é da maior
competência e conhece o Brasil como
ninguém", respondeu Lula. “Você sabe
que defendo uma candidatura única da
base, mas respeitarei você", concluiu
Lula, que ainda não desistiu da
possibilidade de costurar a candidatura
de Ciro ao governo paulista.
a polarização PT-PSDB. Em dois dos
quatro cenários, a ex-ministra aparece
na frente de Dilma. “A pesquisa é sur-
preendente”, disse à ISTOÉ o coorde-
nador da consulta, o cientista político
Antônio Lavareda. Sem a presença da
ex-senadora Heloísa Helena (PSOL) e
do deputado Ciro Gomes (PSB-CE)
na disputa, Marina derrotaria, com
24% dos votos, a ministra Dilma, que
ficaria com 16%. José Serra, neste
caso, apareceria com 37% dos votos.
Com Serra e Ciro fora da disputa,
Marina aparece na casa dos 24%, mas
em empate técnico com Aécio, pois a
Gabeira é
candidato a
presidente da
República
e Gilberto
Gil se elege
vereador por
Salvador
SINAL VERDE Entrada de Marina
na disputa ao Planalto estimula
outros candidatos como Ciro, que
agora tem o aval de Lula
pesquisa tem margem de erro de 2,2
pontos percentuais. Dilma ficaria com
19%. Os números revelaram ainda forte
presença de Marina nas classes A e B.
"Não há dúvida que a candidatura é
competitiva e viável”, diz Lavareda. "A
pesquisa mostra de forma inequívoca
que a senadora transcende a classe
média, o voto de protesto e entra bem
no Nordeste", acrescenta Sirkis, ressal-
vando que o alcance do levantamento,
por ter sido feito por telefone, e ouvido
um contingente de duas mil pessoas,
não é o mesmo do de uma pesquisa
tradicional. “Estamos apenas numa fase
1989 1990
Registro provisório
cancelado pela
Justiça Eleitoral
O partido
consegue
seu registro
definitivo
1992 1993
Depois de Gabeira
ficar em terceiro lugar
na eleição para governador do Rio e
de o PV eleger seu primeiro deputado
estadual, Carlos Minc, o partido sofre
um golpe com o assassinato de Chico
Mendes, líder seringueiro do Acre