Loading

Documents from Gilberto Gil's Private Archive

Instituto Gilberto Gil

Instituto Gilberto Gil
Brazil

  • Title: Documents from Gilberto Gil's Private Archive
  • Transcript:
    Música: Nelson Freire abre festival em igreja de Olinda 2 O GLOBO SEGUNDO CADERNOS DOMINGO. 5 DE SETEMBRO DE 2004 A utopia, do poder ao palco Gil analisa gestão, traz show ao Rio e diz que só democracia permite mestiçagem ENTREVISTA Gilberto Gil Gilberto Gil garante que não é dois. Seja na Esplanada dos Ministé rios ou no palco do Canecão trata-se do mesmo ar- tista-politico-pensador com a missão de cantar, pro- por e pensar a mestiçagem como a melhor possibl lidade de se reconstruir uma civilização brasileira . • Quando você foi indicado co ministério, houve grila da esquerda do PT, como que refazendo a velha rixa entre a esquerda ortodoxa e as tropicalistas. Agora, coce e visto como membro deste grupo de esquerda. O que mudou? GIL: Para você ver como era retórico (risos). Primeiro, legitimo que essas visões se deem, porque tenho medes- locado politicamente no decorrer do tempo. Essa vises ndo necessariamente fogem a uma correspondencia real verdadeira. Estou num governo, se o governo é conside rado isso ou aquilo, essa consideração pode colar em mim. So que nesse caso no cola. No há nada autoritário em mim , nem no modo de atuação do ministério. Até tale, depols da crise, que aquilo era a tática do abala, jogar uma carga pesada em cima para inibir os nossos movimentos GILBERTO GIL resume sua ambição como ministro: "Quero inserir a cultura na mesa de cada brasileira, que ela seja vista como o feijo e o arraz, ou seja, como algo comum e necessário para as pessoas Hugo Sukman O GLOBO: As coisas parecewe septigado com o lan çamento do anteprojeto final da criado de Ancinae, com a supressdo ou corredo de alguns artigos polimicos Mas qual for a sensado de ter sido chamado de autoritario? GILBERTO GIL: No senti nada, porque aquilo era retorica do combate, típica de politica e da gestão. • Se a sua presença no ministro facilita uma série de coisas por sua popularidade, também expõe mais a figura do ministro GIL: Mas não me sinto atingido. E uma briga que extrapola a minha presença, ela é da política do pais. Ellico quieto. Evito me deixar perturbar. Fico o mais isento possivel, ten- to considerar o posicionamento de quem se opõe a mim, ou o que eu represento e Inco e até reconsiderar minhas posições, como foi o caso agora. Achei que a confecção do texto deixava margens aqui e ali a interpretações equivo- cas em relação as nossas intenções. O objetivo de sua gestdo é regular as setores culturais? GIL: Um deles. Regular areas onde isso seja mais urgente, necessário e ainda insuficiente. Basicamente no setor complexo, que é o de audiovisual. Na área do direito au- toral, em que nós no temos atribuição regulatória, mas podemos mediar, encaminhar, apoiar movimentos mas não podemos tomar iniciativa Quem sdo os edersdrios de sua gestio? GIL: Cada setor quer regulamentação para os outros e não para si (risas). O pessoal da produção se queia daquilo que da regulação os atinge, idem para distribuição, exibicko, TV, empresas internacionais. Ha sempre uma queixa porque a regulacho é feita para todos e não para uma área do setor • A faxaçdo as empresas multinacionais do cinema em velha reivindicação do setor cinematográfico. Por que a sprite, agora que ela proposta? GIL: Porque na verdade, ainda que as pessoas se queixem daquilo que as atinge, precisam do papel do Estado na vi- da economica, social e politica. O enfraquecimento dos es tados corresponde a vantagens obtidas pelo setor produ tivo em relação a ter mais autonomia, liberdade, mas na verdade o papel mediador do Estado continua necessário A auto-regulação ndo é algo ainda totalmente viável, por que o sistema não esta completamente aperfeiçoado, o agentes ainda não estão totalmente civilizados, nem mes mo o nosso projeto de civilização está completamente concebido. Além da questo politica, que é desautorizar um governo por disputa de espaço politico. Tudo que pu- der ser atribuído negativamente ao governo melhor para os grupos politicos adversários. – O presidente Lula, quando me escolheu para ministro da Cultura, estava esperando isso do meu trabalho. Ideologicamente, o governo está afinado com a idéia da mestiçagem - disse Gil ao GLOBO em seu apartamento no Rio, ainda sonado Gil admite que o governo "recuou para avançar na pela vlagem de volta da Alemanha, onde estava politica cinematográfica, recusa pecha de autorita- em missão oficial, e triste pela morte trágica do rio e comenta seu flerte com os sons eletrônicos. produtor do seu último disco, Tom Capone, que seria o produtor do próximo, "Eletracústico, show que traz ao Canecao em três apresentações a partir da próxima sexta-feira, . Em horu nenharia a parte dun do governo, cidada ortodoxia de esquerda, influenciou nesse processo? GIL: Foi um erro, um descuido. No caso das expressões do projeto que causaram espécie e recusa elas vinham da Constituição, eram reproduções de trechos de artigos constitucionais. A de colocar em vigor principios consti- tucionals é quando as pessoas do atingidas. E al, reagem. No trecho geral da Constituição tudo bem. Teatro: Duse Nacaratti celebra 35 anos de carreira 8 Como está sua relação com seus pares? Volla e mela um compositor discorda de sua posiçdo condriacos interes ses dos compositores, como sua posição pelo ndo paga mento de direitos autorais pelos exibidores de cinema GIL: Mas o ministro não é compositor, o choque é esse. Tenho que estar equidistante de todos os interesses e, em principio, interesse de ninguém, mas o interesse público. Eu não tenho relação pessoal, como ministro, ou melhor, não coloco qualquer coisa que venha do plano da relação pessoal a influenciar ou determinar o posicionamento mi- nisterial. Não se ganha, imediatamente com um cargo, a condição de super homem ou sub homem então residual mente pode-se reagir humanamente a isso. Mas as pro- prias pessoas não me cobram porque sabem que eu sou ministro, que se puxar a brasa para a sandinha deles não pegaria nem bem. Podem falar disso até em reivindicações públicas, mas pessoalmente não Num artigo. Cardi Diegues diz que, sendo você quem é ndo pode concordar com a intendo autorida. Ou seja, ele personaliza GIL Mas isso é natural que seja, o que diferencia os go- vernos são os homens. isso que ele quer dizer uma pes. soa não autoritária não pode ter os autoritarios. • A Ancie send implantada do jeito que foi proposta? GIL: Do jeito que tem que ser que a demanda requer, e é uma demanda geral do setor. Quando a imprensa diz o go verno recua", se recuamos para avançar, entho está bom. • Mes reco, ndo? GIL: No sentido de admitir, corrigir, rever, retocar o texto e tal, neste sentido, sim. Exatamente para que se avance no sentido de manutençho dos principios pretendidos, na de cisão de que a Ancinav seja criada, neste sentido o recuo fez avançar a proposta básica • A taxaçdo, cuja intenção seria beneficiar a produção no- cional act de aumentar os preços dos ingressos... GIL. Não é necessário aumentar preços, a taxacho repre- senta 1.5%. Será que é preciso repassar isso para os in gressos? Venho usando o exemplo da cesta básica, que o setor, as cadeias de supermercado se uniram aos esforços governamentais e da sociedade para não reajustar preços. É um esforço, o governo não deve fazer tudo sozinho. • Maum esforço do governo notadamente na drea do au- dlouisual Outros setores reclamam de falte de atenção, como o da musica popular, que tirando o Projeto Puxin guinha pouca atençdo feria do governo GIL: Uns setores necessitam mais, algumas áreas estão mais preparadas para responder à proposta de atuação, mais organizadas • Ao fim da sua gestio, o que espera de alcançado? GIL: Espero ter conseguido tratar da questo do aperfel- çoamento institucional do ministério, no sentido da capa cidade de atuar, do aumento do orçamento, e ter deixado um pouco mais impregnado tanto na sociedade quanto no governo um sentido amplo da cultura, um significado mais moderno da dimensão cultural. Quero inserir a cultura na mesa de cada brasileiro, que ela se a vista como o fello e o arroz, ou seja, como algo comum e necessario para pessoas Coming
    Hide TranscriptShow Transcript
Instituto Gilberto Gil

Get the app

Explore museums and play with Art Transfer, Pocket Galleries, Art Selfie, and more

Home
Discover
Play
Nearby
Favorites