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Documents from Gilberto Gil's Private Archive

Instituto Gilberto Gil

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Brazil

  • Title: Documents from Gilberto Gil's Private Archive
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    E chega, então, o tempo que assina- la o começo de sua celebridade. Em 1960, o empresário americano Sol Hurok vai a Moscou e convence Krutchev a permitir a presença de Sviatoslav nos Estados Unidos. Reci- tal no Carnegie Hall. Triunfo colossal. o Ocidente, pela primeira vez, trava conhecimento com alguém que se en- gastaria na mais brilhante constelação de intérpretes excepcionais. Vai então à França (que prefere aos "States), e deslumbra não só pela técnica, absolu- tamente total, como pela arte interpretativa engajadora, e também pela fantástica memória. Na Sala Pleyel, dois recitais toca, de cor, todo o "Cravo bem temperado". Aliás, as obras cíclicas lhe agradam: "Variações Dabelli", "Quadros de uma exposição", "Estudos" de Chopin, de Liszt. Ao mesmo tempo encantam-lhe textos menores, tipo os "Ländlieder" de Schubert. Revela-se, mais e mais, um ser paradoxal. Já nos últimos tem- pos de sua carreira exigia, como ilumi- nação, apenas um foco sobre o teclado. Toda a sala teria de ficar em completa escuridão. Julgaram-no mentalmente meio abalado. Abalo algum, no entan- to, se verificava na genialidade de suas performances. Sviatoslav é desligado do Conserva- tório duas vezes. Ambas as vezes, mestre Neuhaus torna a admiti-lo no estabelecimento. Ao longo de sete anos de estudos, Sviatoslav pouco se preocupava com a sobrevivência. Freqüentemente dormia na casa do mestre, embaixo do piano. Mas não tarda a se organizar, a partir de sua união com a cantora franco-russa Nina Dorliac. Realiza "tournées" de concerto, preferindo, insolitamente, tocar em cidades pequenas. concerto em Viena (pág. 41 da revista) duamente ficava no fosso da orquestra do Grande Teatro de Odessa que acaba ram por contratá-lo co-repetidor de balé. Aos 19 anos dá um recital Chopin, só para amigos. Achou tudo péssimo. Fi- nalmente, aos 22 anos se transplanta Dia 1º de agosto de 1997, em sua para Moscou, a fim de se tornar mesmo "datcha", em Moscou, crise cardíaca um pianista. Bate à porta do famoso fatal. Seu repertório acusava 833 mestre Heinrich Neuhaus, seguidor ime obras, 600 "lieder". Uma carreira de diato da grande escola russa de 55 anos. Apresentações em número virtuosidade no fim do século XIX para de 3.600. Discografia abundante. o início do século XX, iniciada por Também pintor de talento. Na capital Anton Rubinstein. Mestre Neuhaus en- russa toda uma sala do Museu cantou-se com o talento de Sviatoslav, Pouchkine é reservada a seus qua- Sem submetê-lo a exame o admite no dros. Verdadeiramente alguém feno- Conservatório. Sempre insubmisso, menal, excepcional. Tunca veio ao Brasil. Tal como seus triotas russos: Rachmaninoff, Wladimir Horowitz, Emil Gilels. Esta ausência de nossa cena musical-pianística foi compensada pela divulgação principal- mente em vinil - de várias gravações, pelas quais se pôde atentar para o quan- to de verdadeiro continha a recep tividade entusiástica, traduzida nos elo- gios consagradores registrados na im- prensa e na considerável parcela de público que acorria a seus concertos com orquestra e recitais. Bem como a demanda incessante pelas performances fonográficas na Europa e América. contemplai..ceis a noite da Ucrânia"! ra do Mar Negro, em Odessa. Pai de origem alemã, chefe de coro e organis- ta da Igreja, além de professor de piano no Conservatório. Mãe também de san- gue alemão, com mescla polonesa. Sviatoslav falava russo em casa. Mas Dez anos de um projeto Sviatoslav Richter, eis a onomástica deste fenomenal pianista, cujo desa- parecimento completa, agora em 2007, uma década. Homenagens "in me- moriam' estão lhe sendo prestadas, insistentemente. Há uns dois meses foi a vez da revista francesa "Le Monde Musical" (que tem por subtítulo: "Vivre ao coeur de la musique" - vi- ver no coração da música) publicar duas matérias, vivamente evocativas da trajetória humana e artística deste parêntesis. Há quem afiiae Cum da expressão monstro sa- grado foi de Jean Cocteau, referen- temente à atriz Sarah Bernhard). Dissemos duas matérias na revista "Le Monde Musical", sobre Rich-ter: "L'étranger sur la terre" (O estrangeiro na Terra), assinada por Olivier Bellamy. Mais, "Le pianiste unique" (O pianista único), redigida por Patrick Szernovicz. De ambas pinçamos alguns tópicos. De algum modo serão nossa contribuição à lembrança de um especialmente notá- vel instrumentista, já no Olimpo dos deuses do piano no século XX. Da biografia. A 20 de março de 1915 Sviatoslav Richter nasceu em Jitomir, Ucrânia ("Conheceis a noite da Ucrânia?", perguntava Gogol. "Oh!. CLIENTE: Gilberto Gil VEÍCULO: Tribuna da Imprensa - RJ CLIPPING SEÇÃO: Tribuna Bis SERVICE DATA: 31/10/2007 música clássica Música no Museu anuncia, para o mês que começa amanhã, a celebração de um década de ininterrupta existên- cia. O autor do projeto, Sérgio Costa e Silva (Prêmio Golfinho de Ouro em 2006), preparou uma programação que preenche, integralmente, todos os dias de novembro. Significativamente, o concerto de amanhã estará a cargo de PÁG.: 05 Paradoxal e fenomenal Divulgação Pianista Sviatoslav Richter num estudou numa escola alemã e tinha docu- mentação de identidade alemã. Tal ancestralidade, mais a identificação so- cial germânica lhe trouxeram consequ- encia doloríssima. Seu pai, em 1941, foi fuzilado pelos soviéticos antes da entra- da dos alemães na cidade (certamente denunciado como traidor pelos profes- sores enciumados de sua competência). Embora nutrisse grande admiração pela competência pedagógica paterna Sviotoslav resolveu estudar piano sozi- nho. Adolescente, ainda improvisava nas salas de cinema, em troca de alguns rublos ou de um saco de batatas. No entanto, sua paixão era ópera. Tão assi- carlos dantas brasileiros"). Ministro Gilberto Gil ho- mologou o projeto como recordista de "maior série de música clássica". Perso- Turibio Santos, mestre do violão, no Pacotes. Passam de 3 mil os participantes - Imperial (12h30), ou seja: mesmo intér- brasileiros e estrangeiros. Além de 60, os prete, no mesmo espaço em que o projeto locais de atuação do projeto, entre os deu sua investida inaugural (1997). Pro- grama vai de Chiquinha Gonzaga a Villaturais do Rio de Jansens e centros cul nalidades icônicas do som nacional, pop Como sempre, a entrada é fran- Paulo, Brasília, Belo Horizonte e várias queada ao público. Números do projeto outras cidades do Sul e do Norte. são consideráveis. Mais de 2 mil concer- tos atraíram em torno de 185 mil ouvin- e clássico, perfazem o elenco que vai interpretar peças - do passado e contem- porâneas - compostas por nossos mes- tres. Informações pormenorizadas no site: www.musicanomuseu.com.br Oficialmente, Música no Museu inte- grao "RankBrasil" ("O livro dos recordes
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