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Documents from Gilberto Gil's Private Archive

Instituto Gilberto Gil

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Brazil

  • Title: Documents from Gilberto Gil's Private Archive
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    CLIENTE: Gilberto Gil VEICULO: Correio Braziliense - Brasilia CLIPPING SEÇÃO: Opinião SERVICE DATA: 15/11/2007 JORGE ANTUNES Maestro, professor titular da UnB, Chevalier des Arts et des Lettres Fica, Gil! veio ao Brasil e os dois governos assinaram declaração conjunta. Essa, em seu artigo 7, determinava: "Os presidentes Luiz Inácio Lu- la da Silva e Jacques Chirac decidem organi- sucesso do Ano do Brasil na França em 2005. O evento destacará os dominios científicos, o o dia 9 de julho de 2004, estive na se- de da AFAA, avenue de Villars, Paris, para um encontro com Jean Gautier, PÁG.: 21 ça. Na condição de presidente da Sociedade Brasileira de Música Eletroacústica, meu pro- pósito era buscar espaços para a nova música erudita brasileira, abandonada pela política cultural do governo Lula. Cordialidade e confidencias políticas: a estratégia de convencimento de André Mi- dani, o comissário brasileiro, para que nossa música erudita contemporanea tivesse lu- gar no Ano do Brasil. Gautier me confiden- ciou que Midani esteve relutante com rela- ção a isso. O governo brasileiro só estava in- teressado em mostrar as manifestações cul turais que pudessem dar resultados para a industria do turismo. Enfim, Gautier não conseguiu convencer Midani. O Ano do Brasil na França não deu espaço à música contemporânea brasileira. Perplexo ficou o largo público de todos os fes- tivais franceses de música moderna: Lille, Pa- ris, Bourges, Lyon, Crest, Marseille ete. Se- guindo as instruções do ministro Gil, André Midani, homem das multinacionais do disco, levou à França a música popular comercial, em detrimento da música erudita brasileira. Poucos sabem que havia um acordo prévio entre Lula e Jacques Chirac para aquela hos pitalidade francesa. O acordo veio a se oficia- hizar em 25 de maio de 2006, quando Chirac cultura francesa. Em agosto, o diretor da Cul- tures France, Olivier d'Arvor, veio ao Brasil para sondar o terreno e traçar planos de dri- blar a incompetência do Minic, para que o acordo Brasil - França se cumpra em 2009. O diretor da antiga AFAA andou por várias ci- dades brasileiras, evitando as imediacões da Praça dos Três Poderes. Para costurar 2009, foi direto aos artistas, universidades e insti- tuições culturais. A comunidade musical da área erudita fl- cou estarrecida com a indiferença do gover- no brasileiro em 2005. Os meios acadêmi- cos, que abrigam a pesquisa musical e a mú- sica erudita brasileira, se indignaram. Neste final de 2007, o desespero deve estar come. çando a invadir a cabeça do ministro Gil porque 2009 se aproxima. A França tem a oferecer muita música erudita, tradicionale contemporanea, para o Ano da França no Brasil. As instituições brasileiras que podem abrigar os eventos são justamente as dirigi- das pelos músicos eruditos que foram dis- criminados em 2005. Segundo D'Arvor, um dos principais obje- tivos do Ano da França no Brasil será trazer a cultura francesa contemporánea. Ou seja, a França quer fazer exatamente o oposto da quilo feito pelo governo brasileiro, que só le- vou à França, em 2005, manifestacões de tria cultural. A ação direta, in loco, que os massa, conhecidas e exploradas pela indús- franceses fazem dois anos antes em solo bra- ludibriado em acordos anteriores. México e sileiro, é estratégia prudente de quem já foi Argentina tiveram seus anos na França, mas não organizaram Ano da França em casa, des- cumprindo acordos. Em dezembro receberemos a visita do pri- meiro-ministro da França, François Fillon. Na agenda estará a cobrança das promessas para Gilberto Gil certamente tem medo de não ter condições para atender os anseios france- compromissos da declaração conjunta ses e de, assim, não poder cumprir com os 2005. Portanto, seguramente ele já deverá es- tar vislumbrando uma saída: a fuga covarde, 2009. Malgré o MinC, abramos as portas para sua demissão do MinC. a cultura francesa. Talvez possamos, assim, iniciar um contraponto à invasão cultural norte-americana. Bons tempos já vivemos graças à vinda de Lebreton, Debret, Taunaye Montigny. Um país que é capaz de organizar, desde já, uma Copa do Mundo de Futebol pa- ra 2014, pode muito bem começar a planejar festejos para 2016, quando estarão se com- pletando 200 anos da vinda da Missão Artísti- ca Francesa. Gritemos daqui: "Fica, Gill" Está chegando a hora da magnanimidade da comunidade musical erudita indignada. A vinda de nova missão artística francesa ao Brasil será opor- tunidade de se oferecer bela lição, para o MinCe para o governo Lula, sobre respeito à diversidade cultural. O governo francês já percebeu a incapaci- dade do governo brasileiro para acolher a
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