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Documentos do Arquivo Pessoal de Gilberto Gil

Instituto Gilberto Gil

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Brasil

  • Título: Documentos do Arquivo Pessoal de Gilberto Gil
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    GUIA NOVOS CDS te, o horizonte promissor/Excitante para um cabra tão galante / Intrigan- te para uma cabrita em flor..."), abre o álbum em grande estilo. O reggae "Os Pais", que segue a nobre linhagem de "Vamos Fugir", prova que, após tan- tos anos, a parceria com Jorge Mau- tner continua iluminada, ótima can- ção, ótima letra ("...Os pais, os pais / Estão preocupados demais / Com medo que seus filhos caiam nas mãos dos narco-marginais / Ou então na mão dos molestadores sexuais / E no entanto mesmo tempo são a favor das liberdades atuais..."). Depois de uma pequena queda graças à fraca "Não Grude Não" e seus backing vocals femininos um tanto cafonas, a recuperação vem com as ótimas re- gravações de "Formosa", de Baden e Vinicius, e "Samba de Los Angeles", música do próprio Gil que já havia si- do lançada no grande Nightingale, de 1978. Se existem boas composições por trás da maçaroca eletrônica de "Le Renaissance Africaine" e "O Oco do Mundo", elas foram desperdiça- das. Gil não é o primeiro e nem será o último artista a lançar mão desse se ti- po de artifício para tentar soar mais moderno sem sucesso. Em compen- sação, "Máquina de Ritmo", essa sim, mostra como uma música carregada de efeitos eletrônicos criativos e inte- ligentes pode ser extremamente atual no melhor dos sentidos. Pagā de , nela Os ótimos arranjos não fazem de "Olho Mágico" e da balada "A Faca e o Queijo" as melhores canções do disco. Grande canção mesmo é "Não Tenho Medo da Morte" Definida com perfeição pelo próprio autor como "uma espécie de irmā 'Se eu quiser falar com Deus fica evidente que a inspiração de Gil continua apurada tanto na letra ("...A morte já é depois / Já não haverá nin- guém / Como eu aqui agora/ Pensan- do sobre o além/ Já não haverá o além 10 além já será então / Não terei pe nem cabeça / Nem figado, nem pul- mão / Como poderei ter medo, hein / Se não terei coração?) quanto na melodia primorosa. Sua ligação com a bossa nova e o samba está presente nas eficientes "Amor de Carnaval", "Outros Viram" e "Gueixa no Tata- me". "Cano" remete às suas grandes músicas dançantes como "Toda Me- nina Baiana". A também sacolejan- te “Banda Larga Cordel" soa mais "moderna", quase dance, prontinha para tocar no rádio. A voz de Gil hoje é mais fraca e menos aguda, ganhou um timbre ave- ludado, quase rouco, a voz de um ho- mem que mais uma vez mostrou que é capaz de vencer qualquer desafio, apesar de não precisar provar mais nada pra ninguém. Doce Portal Banda aprimora trabalho e abre caminhos para doçura e melancolia É NOTÁVEL A EVOLUÇÃO DO CÉREBRO ELETRÔNICO ENTRE Onda Hibrida Ressonante, álbum de estréia lançado em 2003, e este segundo. A banda de Tatá Aeroplano, Dudu Tsuda, Gustavo Souza, Fernando Maranho e Isidoro Co- bra ganhou identidade, deixando de ser o outro projeto dos caras do Jumbo Elektro". Vem aprimoradas as nuances entre melancolia, fofura, humor e (auto) critica. O maestro tropicalista Rogério Duprat permanece como referência assumida - mais por sua filosofia libertária de criação que por alguma influência musical prática. Mas quem dá as cartas mesmo são os Mutantes, a jovem guarda, a música mineira do Pato Fue agaúcha de Wander Wildner, Júpiter Maçã e Frank Jorge (outros discípulos da banda seminal de Rita Lee e do movimento liderado por Roberto Carlos nos 60). Citações ao "maldito" Sérgio Sampaio abrem e fecham o disco enquanto, lá no meio, a doce "Portal dos Sonhos” metralha mais fontes psicodélicas: "Alice no País das Maravilhas", Beatles, "O Mágico de Oz", Caetano, Raul Seixas. As matrizes são tantas (e tão dispares) que, processadas, não se parecem com nada que não seja o próprio Cérebro Eletrônico. MARCUS PRETO Cérebro Eletrônico Pareço Moderno Phonobase Download: Singles Coldplay ** "Violet Hill" PSICODELIA Tata Aeroplano (ao centro) e os demais integrantes do Cérebro Eletrônico Muito se falou da reinvenção musical da banda. Mas este single do álbum Viva La Vida or Death and All His Friends, a ser lançado neste mês, não cumpre o prometido. Já no primeiro verso, Martin desafina no falsetto e os arranjos soam como ho a versão ruim de um Paul McCartney solo. E para quem ficou com saudades do britpop convencional do CP, no final, aqueles gemidos com o vocalista ao piano, POR MÁRCIO CRUZ Nine Inch Nails*** "Echoplex" O primeiro single de The Slip, séti- mo disco do NIN, traz a sensação de déjà-vu: o que aqui não é problema. A música, distribuida de graça na rede, traz riffs psicóticos e versos contem- plativos como "You chip away the old version of you/You'd be surprised at what you can do" (Você se desfaz da velha versão de você / Você ficaria surpreso com o que você pode fazer" - além de um tenebroso "la-la-la-la". Scarlett Johansson*** Anywhere I Lay My Head Warner A atriz se lança na música em muito boa companhia VÁRIAS SÃO AS RAZÕES pela qual atrizes experi- mentam carreiras musi- cais. Cada uma dá um motivo, mas não há co- mo negar que se trata de superação. Após ser gongada por An- drew Lloyd Webber nos testes da peça A Novica Rebelde, em 2005, Scarlett Jo- hansson quis dar uma volta por cima. No ano seguinte, The Jesus and Mary Chain a convidava para subir ao palco no Coa- chella. Não demorou muito para seu ál bum de estréia. Não é tão reveladora as- sim. Em Anywhere I Lay My Head, o con- tralto Johansson fica disfarçado em meio a uma muralha de instrumentos em anda- mento lento, uma clara remissão a My Bloody Valentine, Galaxie 500 e o dream pop dos anos 80. Tudo ao gosto de Dave Sitek, do TV on the Radio, que produziu o disco. Johansson ainda se amparou no repertório, quase todo de músicas de Tom Waits, embora apenas "Green Grass" seja facilmente reconhecível. Ela ainda teve a ajuda de David Bowie em três duetos. Um deles é "Fannin Street", uma balada sobre arrependi- mento e um dos pontos altos de um trabalho que merece atenção. Fica a dúvida se ela mandou uma cópia dele a Webber, mas nem carece mais. JOSÉ JULIO DO ESPIRITO SANTO Mudcrutch ***1/2 Mudcrutch Reprise Records Banda de Tom Petty resume carreira em turnê e disco MOND A HISTÓRIA DO GRUPO É curiosa. Depois de gra var um par de compac tos, a banda se separoue parte dela seguiu para o estrelato como Tom Petty & the Heartbreakers. Quase 40 anos depois, Petty achou simpático reu- niros músicos para um disco e uma turnê. O resultado final não brilha tanto quanto a história, mas não faz feio. O primeiro single, "Scare Easy", poderia ser uma boa faixa solo do líder do Mudcrutch. E ou- tras, como "Shady Grove" e "Six Days on the Road", têm mais a cara do disco: uma imersão no country. Mesmo assim, a al- ma é roqueira: as 14 faixas foram grava- das em menos de duas semanas e em pouquíssimos takes. O registro de "Crys- tal River", r", por exemplo, foi feito na primeira e única vez que a canção foi to cada em estúdio as músicas não são tão empolgantes quanto as do Heart- breakers, pelo menos a curiosidade de uma reunião tão improvável faz com que Mudcrutch proporcione uma audição agradável e divertida. PAULO TERRON ***** Clássico / **** Excelente / *** Bom/** Regular / * Ruim Rankings supervisionados pelos editores da Rolling Stone.
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