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Documents from Gilberto Gil's Private Archive

Instituto Gilberto Gil

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Brazil

  • Title: Documents from Gilberto Gil's Private Archive
  • Transcript:
    Clipping Service CLIENTE: GILBERTO GIL VEÍCULO: SEÇÃO: DATA: REV. ROLLING STONE BRASIL - SP PÁG: 66A73 DEZ 2006 IVETE!!SANGALO algo grandioso, que possa se igualar à passagem de qualquer evento interna cional de grande porte pelo Brasil. Daí ter arriscado tanto, escolhendo um lugar onde um público de 30 mil pessoas pode ser considerado um fracasso. A estrutura do show é gigante e envolve uma equipe de 350 pessoas, palco de 19,8 metros de comprimento por 17.6 metros de profun- didade e um telão LCD de 15 x 6 metros, o maior já usado no Brasil. O público es perado: 80 mil pessoas. O custo do even- to: R$ 2 milhões. na música e na força dos meus convida- dos do que em pirotecnias, embora seja um show sofisticado do ponto de vista visual. Quanto às músicas, vamos ter al gumas inéditas e canções que são em blemáticas dentro da minha carreira. E pra cantar comigo vai ter Buchecha, Asa de Águia, Samuel Rosa, Banda Eva e Ale- jandro Sanz, que virou um grande par- ceiro meu durante minha passagem pela Espanha. Sou fã de todos eles e me aproveitei do fato de ser cantora para chamar essas pessoas todas que admiroe que, de alguma forma, me influenciam." Ivete quer pagar para ver e parece saber exatamente o que isso representa para sua carreira. Nas suas próprias palavras, quer provar que pode duelar de igual para igual com qualquer estrela do pop mundial. Ou, numa análise mais rofunda, implantar um novo patamar de qualidade no show business brasileiro. Se der certo, é possivel que ela se distancie ainda mais dos seus cole- gas de axé music em termos de populari- dade e faturamento e abra caminho para pelo menos, mais dez anos de carreira. Falando em convidados, pergunto so bre a suposta presença de Bono no show. A idéia rolou depois de um encon- tro com o vocalista do U2 no Carnaval de Salvador. Convidado do ministro Gilberto Gil, Bono se animou com a fo- lia baiana e pediu para cantar com Ivete Juntos, mandaram ver uma versão im- provisada de "Vertigo". "Eles estavam numa coisa, queriam ir atrás do trio. Ele e The Edge. Agora, como eu ia tirar esses homens de lá, "Por que ir ao Maracanã assistir so- menino? Porque ia encher de gente em mente a um artista de fora se aqui a gente tem gente tão popular quanto esses caras?", indaga. "Meu trabalho é como se fosse um filho meu. Se você tem um filho, quer que ele seja o melhor da turma, o mais ta- lentoso, o mais inteligente. Comigo é a mesma coisa. Quero o melhor e quero me superar profissionalmente, provar que é possível manter no Brasil um trabalho de nivel interna cional. Mesmo que não encha tanto quanto a gente espera, acho que voy conseguir provar que isso é possível. É uma questão de auto-estima mesmo, de ser brasileiro e querer ver as coisas mu- darem. Não se trata de megalomania. Eu posso sair desse projeto e ir fazer um acústico pra too pessoas ou gravar den- tro do meu quarto. O que quero mesmo é quebrar as barreiras, mover a coisa pra frente. Não quero perder o passo. Quero arriscar." "Você também deu a palavra final na direção do show?" "A direção do show é minha... Muita calma nessa hora (risos). Talvez não seja o show mais bem dirigido (risos), mas é como eu quero fazer, porque vou ter a certeza de que ele vai ter a minha cara. É um show muito objetivo, grandioso e com um altissimo nível tecnológico. O Maracanã não é qualquer lugar, cara. É o Maracana. Eu me curvo à sua história, quantos gritos de emoção foram dados ali. Seja com o futebol, seja com a músi- ca. Ou seja com a chegada do Papai Noel (risos). A chegada do Papai Noel é um evento da porra, rapaz (risos)." "A Blitz já tocou em uma chegada do Papai Noel, não?" "Pra você ver como o cara é pop. Mas voltando ao DVD... Ele tem essa coisa tecnológica, mas acreditando muito mais 70 ROLLING STONE BRASIL, DEZEMBRO 2006 nem estereótipos da mulher nordestina O que Ivete quer é fazer um drama ur bano e contemporaneo, até mesmo pop. Como sua música, que se universalizou cada vez mais com o passar dos anos. da presença de celebridades - sio os mais disputados. Já quem não tem muita grana, acompanha a Micareta na pipoca, a terra de ninguém onde não há qualquer tipo de regalia. T Quando o evento rolava nas ruas de Belém, o espaço era grátis. Agora que a Micareta acontece a portas fechadas, por imposição do Ministério Público paraense, paga-se R$ 10 para acompa- nhá-la do lado de fora dos cordões de iso- lamento. Entre os fãs, a mudança parece não ter agradado muito, o que explica a sensação de que há pouca gente para ver a passagem dos blocos neste domingo. ARDE DE DOMINGO, DENTRO da van, converso com os músicos da banda de Ivete enquanto rumamos ao local onde será realizada a Mi- careta. Dentro do carro, o papo é sobre cientologia, discos voadores e a derrota de Antonio Carlos Magalhães para o PT na disputa pelo governo da Bahia. Faço um paralelo com a situação no Pará, Dentro do trio, a equipe de 42 pes- onde a candidata petista Ana Júlia soas, entre músicos e técnicos, obedece Carepa venceu o ex-governador Almir a um sistema rigido de organização. Gabriel, acabando com 12 anos de gover. Atrás fica um cercadinho vip destinado no tucano no estado. Alguém muda de aos fãs, imprensa e aos donos do bloco e assunto e menciona um boato de que os seus convidados. Na outra ponta, uma controladores de vôo podem parar no espécie de palco, onde só entram Ivete e vamente na segunda-feira e que a banda os membros da sua produção. A banda corre o risco de ficar presa em Belém (so- fica no meio, junto com os três cantores mente Ivete e alguns produtores vão de de apoio. Na parte interna, uma despen- jatinho, os músicos e a equipe técnica sa do tamanho de um banheiro de avião viajam em aviões de linha). Preocupado guarda as bebidas e comidas destinadas aos músicos, que são devo- radas em questão de minutos assim que a banda pisa no trio. Nada muito complicado. Ape- “TUDO BEM que você me chame de POP, é um direito seu. Mas acho que ainda tábua de frios, pie hintegrale continuo fazendo MÚSICA BAIANA. Minhas raízes estão lá” alguns croquetes. No chão, dois coolers recheados de isotónicos, refrigerantes e água. Aparentemente, não há sinal de bebidas alcoólicas. Simples também é o camarim com a falta de segurança nos vôos de Ivete, com poucos luxos além de ar- domésticos, um dos percussionistas condicionado, banheiro particular e conta a história da escala que o grupo fez uma poltrona acolchoada. Os músicos em São Luis do Maranhão. Assim que o chegam primeiro para a passagem de avião pousou, todos os equipamentos som. Ivete chega somente depois, direto sofreram uma pane geral. As luzes se para o show. apagaram, as turbinas desligaram e os instrumentos de vôo pararam de fun cionar. Caso o avião tivesse demorado mais alguns minutos para pousar, banda e equipe técnica dificilmente teriam so- brevivido ao desastre. Assim que a van chega, centenas de fãs se aglomeram ao seu redor, colando a cara nos vidros escuros do carro tentan- do adivinhar quem está lá dentro. O lu- gar onde o trio está estacionando é um descampado na saída de Belém onde normalmente acontecem os eventos musicais na cidade. Entre os foliões, a reclamação é o fato de a Micareta ter sido transferida das ruas para uma arena de shows. Como se fosse uma com- petição de kart, os trios agora dão voltas em uma pista armada no lugar. Cada vol ta demora cerca de duas horas. Quem pode pagar, segue o cortejo com segu- rança dentro de um cordão de isolamen- to e acompanha a passagem dos trios nos camarotes particulares. Ou mesmo naqueles patrocinados por empresas de telefonia celular e cervejarias. Estes úl timos - cheios de mordomias como champanhe e sushi, além da promessa volta, né? Não ia dar certo. Então a gente acabou cantando comigo no trio e eles no camarote de Gil. Quer dizer, eu quase não cantei de tão nervosa que es tava. Curto o U2 desde pequena, embo- ra não falasse inglés direito e só enro- lasse as letras. Quando terminou o Bono ficou 'Ivete, don't go, Ivete, don't go'. Ai eu parei e falei: 'Então, perai, seu sacana, que você vai cantar uma comigo. Bono, repita: 'E ai, chupa toda/ Chupa toda' e ele repetia Tchupa tuda/ tchupa tuda' Nessa acabamos cantando "Chu- pa Toda" eu, ele e Gil. Foi por isso que pensei em chamá-lo. Mas entendo ele não poder ter vindo. O cara é muito ocupado e, além do U2, tem seus proje- tos humanitários. Seria legal, mas infe- lizmente não rolou." Ao mesmo tempo em que Ivete en frenta uma infinidade de reuniões sobre a gravação do DVD, 'voa para cima e para baixo de jatinho para cumprir sua agenda de shows e grava comerciais de televisão, se lança no que pode ser mais uma vertente de sua carreira: o cinema. No filme Xuxa Gêmeas, além da estrela principal ela contracenou com Murilo Rosa e outros atores profissionais. Sem muita experiencia, contou com a ajuda de seus colegas no set e acabou toman do gosto pela coisa. Para o futuro ela conta que gostaria de estrelar um filme próprio. Mas nada de regionalismos E NQUANTO O TRIO NÃO ANDA, a disputa é para ver quem vai ficar na área vip. Junto com Lúcio, o road manager do grupo, Dito chama para cima os membros do fã-clube oficial de Belém, velhos conhecidos seus e de Ivete. Junto sobem algumas meninas, jornalistas e uma equipe de televisão. Uma vez lá em cima, ninguém pode des- cer para o espaço da despensa e do ca- marim e muito menos ultrapassar as fronteiras dos frisos de metal que cer- cam o lugar. O repórter da equipe de TV local consegue alguns minutos com Ivete e sua ida ao camarim é acompanha- da de perto por Dito e um segurança. Na volta, se junta aos outros fãs à espera da saida do bloco. Assim que o show começa e o trio vai se movendo, novos fãs são chamados. É aí que, junto com a música, rola algo que revela o tamanho do poder de sedução de Ivete Sangalo. Enquanto a banda manda ver no som, parte dos pre- sentes se engaja em uma disputa pela atenção de Dito e Lúcio. Em cima, Ivete
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