Clipping Service
B2 Caderno B
SÁBADO, 6 DE JANEIRO DE 2007
faustowolff@terra.com.br
S T Q Q S SD
De tirano a mártir (1)
Fausto Wolff
Dolores Oroscoe
Rachel Almeida
CLIENTE: GILBERTO GIL
VEICULO:
SEÇÃO:
DATA:
xões com a CIA.
todas as cartas na morte de Hus-
seine no fomento as lutas inter-
nas que tanto parecem agradar
aos árabes, embora o enfraque
cimento seja óbvio. Não importa
o resultado dessa sangrenta bo-
çalidade, a verdade é que oficia
lizaram o neo-barbarismo.
gral do Partido Comunista Ira-
quiano. Como acontece sempre Em 1963, a la militar do par-
que uma nação procura cumprir tido Baathdi um golpe de estado
seu destino, o governo e as me- e mata Qassin. A CIA colaborou
ga-corporações americanas não com dinheiro e dando a lista de
gostaram e acusaram Qassim de todos os comunistas infiltrados
comunista e de preparar uma no governo. Saddam foi chama-
Cuba no Oriente. O ironico é do, tornou-se interrogador e lo-
que, naquela época, os jornalis- go chefe da inteligência Baath,
tas do mundo inteiro, inclusive ligadissimo aos Estados Uni-
eu, acreditávamos que o sociados.O govemo Baath durou ape
CIA, Pahlevi decidiu abando
ná-los no mato-sem-cachorro,
com o apoio dos EUA. Saddam
invadiu o Curdistão e matou
centenas de milhares de curdos
sem que nenhum agente ameri-
cano levantasse a sobrancelha.
O mundo árabe religioso divi-
de-se, basicamente, em xiitas e
sunitas. A diferença é minima e
gira em torno de um cunhado de
Maomé. Os xiitas são radicais e
pobres e os sunitas ecléticos e
Karim Qassim, levantou o Exér-
cito, derrubou a monarquia ins-
talada pela Grá Bretanha e 00-
meteu seu grande erros permi-
tiu que a familia real fosse morta.
No ano seguinte, deixou o pacto
que fez com os americanos e
Em 1975, os
Estados Unidos
ajuduram Sadlam a tomar o que
faltava do Iraque ea tomar-sedi-
tador absoluto. Os aiatolás esta-
vam dando trabalho aos Estados
Unidos em 80 e eles estimula
ram Saddam a invadir o Ira. Em
1983, Reagan adotou Saddam e
deu-lhe tudo o que ele pediu.
Chegaram à conclusão de que
concordavam em muitas coisas:
em manter a Siria e o Irā bem
longe, manter a paz no Golfo e
reintegrar o Egito ao mundo ára-
be. Graças a isso, Reagan con
lismo iria vingir em Israel!!!
Saddam Hussein nasceu no
POWELL SENTIU O que acon-
tecia. Viu que Bush e seus rape-
zes usavam-no para fazer média
junto à comunidade negra ame-
ricana. Condoleezza Rice-que
não é brilhante - não entendeu e
na linha de fren-
te com os novos deuses. Bush
mandou seus iraquianos de pa
Tha enforcarem Saddam Hus-
sein, quebrar os ossos do seu
pescoço e deix-lo pendurado
até a morte. Mataram um tirano
- tipo que jamais faltou na huma-
nidade desde que o homem des-
ceu das árvores e foi morar nas
cavernas - e criaram um mártir,
um herói. Resolveram apostar
nas alguns meses e caiu pelas
mãos de oficiais leais a Qassim.
A facção militar Baath (xcita) foi
desmantelada e o grande partido
civil sunita continuou funcionan-
do clandestinamente. Novo gol-
pe em 1968 e, desta vez, a alad
vil do Baath assume o poder com
o apoio da CIA, que, entre os gol-
pistas, promove o pessoal da
dade de Tikrit, que faz o novo
acha que estar en els aliados de no negociar dia 28 de abril de 1937 (fania 70 presidente, Ahmed Hasan, e cordou em não vender mais ar
anos), em Tikrit, filho de campo- nosso
, à o Irs,
neses. Ficou ortão de pai aos dez sombra por trás do trono. que atravessasse toda a Arábia
anos e foi morar com um tio em Nixon não gostava do segun- Saudita e aumentar as exporta-
Bagca, a 150 quilómetros. Em do governo Baath, pois empre çöes iraquianas de petróleo.
1959, obedecendo ordens da gara alguns comunistas e desen- Embora houvesse concordado,
CIA, Saddam tentou matar Qas- volvia relações com a União So- Reagan condenou o uso de ar-
sim sem excito. Sadelam era viética. Tanto não gostava que mas químicas no Curdistão
membro do partido Baath, que deu a maior força quando Reza Hussein tomou a declaração co-
aspirava o socialismo, o naciona- Pahlevi, o xaplayboy iraniano mo ameaça e, temeroso de ser
lismo árabe o um estado com um usou os curdos do Iraque para estaqueado pelas costas, passou
único partido. Fugiu para o Cai infernizar o governo. Como f- a considerar a politica no
ro, onde formou-se em direito, nanciar os curdos ficou muito ca te-americana anti-árabe e refém
mantendo sempre suas cone- ro, tanto para o xi como para a das pretensões de Israel
com a União Soviética Fez
constar na constituição que to-
dos são iguais perante a lei, li-
bertou todos os prisioneiros po-
líticos e, de repente, um país de
abismais diferenças sociais
vê-se no centro de uma revolu-
ção que abrange a saúde, educa-
çio, cultura e, naturalmente, a
terra, através de uma séria re-
forma agrária. Conseguiu fazer
com que sunitas e xiitas dialo-
sassem. Recebeu no apoio inte
JORNAL DO BRASIL-RJ
06.01.2007
Artistas não querem
mudança na Funarte
Cia Néia e Nando
de Brasilia
Apresenta
POLÍTICA CULTURAL. Manifesto em favor de Gil se repete agora com apoio a Antonio Grassi
ARQUIVO
PINÓQUIO
Teatro dos Grandes Atores
(shopping Barra Square)
curados até o fechamento desta
edição, na tarde de quinta-feira,
não foram localizados.
- Essa gestão foi um maroo
positivo na transformação da
Funarte - opina Fernando Coc
Sábados e domingos às 18h
Ingresso R$ 20,00
Mataram um tirano,
tipo que jamais faltou
na humanidade desde
que o homem desceu
das árvores
ção. Assim a troca de Grassi -
que chegou a ser cotado para as-
sumir o próprio Ministério da
Quando representantes da Cultura - pelo compositor José
classe artistica se uniram, na Miguel Wisnik, noticiada pela
segunda quinzena de dezem- imprensa, surpreendeu aqueles
bro, para reivindicar a perma- que participaram do movimen-
nência do cantor Gilberto Gil no to "Sica Gil" e gerou um mani
Ministério da Cultura, o pedido festo que circula na intemet.
incluia também a equipe do mi- A assessoria de Comunica-
nistro ea continuidade de projeção Social do MinC, no entanto,
tos desenvolvidos no primeiro não confirma as mudanças. Gil
iniciativas da gestão de Gil foi a
revitalização da Funarte (Fun-
dação Nacional de Arte), que
beneficiou o teatro, a dança e as
artes plásticas como ator Anto-
nio Grassi à frente da institui-
. de
PÁG: BI
chiarale, curador do Museu de
Arte Moderna do Rio. - A fun-
dação teve mais recursos e a
equipe fez coisas muito interes-
santes, trabalhou muito bem.
Foi um salto qualitativo.
Entre os projetos que se so-
bressaíram, estão os Premios
de Teatro (Myriam Muniz),
Dança (Klauss Vianna) e de Es-
tímulo ao Circo (Carequinha), o
Programa de Doação de Equi-
JORNAL DO BRASIL.
narte de Circulação Nacional
das Artes Cênicas; a reabertura
e recuperação dos teatros e es-
paços de exposições da Funarte
no Rio e em Brasília; o Progra-
ma de Circulação de Música de O ator Grassi (no alto): gestão
Concerto o Programa Concer
tos Didáticos; o Projeto Bandas: Compositor José
Doação das Edições Funarte
para 1.000 bibliotecas em todo Miguel Wisnik
pais, entre outros
estaria cotado para
Cocchiarale destaca o Projé assumir presidência
teis de Arte Contemporanea, que
revelou talentos das artes vida entidade
suais nas várias regiões do
país.
elogiada por seus projetos
vem desenvolvendo ações im.
portantes, continuas e com
mais profundidade nas artes cê.
nicas em todo o Brasil, com a
parceria da Petrobras.
A coreografa acrescenta que
a continuidade desses progra-
mas é fundamental.
com a criação de premios e a ati - É urgente para a cultura
-- Fui coordenador da área de vação das cámaras setoriais. Gil brasileira e para os artistas, que,
artes visuais da Funarte entre deve ficar ao lado de toda a sua através de suas pesquisas, pen-
os anos de 1991 e 1999 e a es- equipe. Não se mexe em time sam, realizam e promovem o
cassez de recursos era francis que está ganhando.
desenvolvimento intelectual do
cana, não tinhamos dinheiro pa- A coreógrafa Marcia Milha nosso país, que essas parcerias
ra executar os projetos -com- zes ressalva que prefere se se intensifiquem, pois são de
pleta ele,
afastar de manifestos políticos, valor inestimável - alerta. -
Para o ator Osmar Prado, é entretanto reconhece que a Com essa politica, todos se for-
inconcebivel desassociar o mi- atuação da Funarte foi valoriza- talecem e, consequentemente,
nistro Gil de sua equipe. da na última gestão
o ser brasileiro. Ressalto o tra
- Não tenho nenhum inte- - Sem düvida, houve uma balho de Marcos Moraes, na co
resse politico-partidário- res mudança recente e significativa ordenação de dança, um ho-
salta. - Meu pleito é cultural e na instituição - avalia. - Há al- mem de discurso inteligente,
não dá para deixar de notar os gum tempo, não existiam proje- competente, que efetivamente
avanços promovidos por Grassitos. E, hoje, é um órgão que agi