Leal como vice na disputa pela presidência da República. E
chegou a adaptar a letra da música Andar com Fé ao momento,
trocando a palavra fé por Marina. Como analisa as
candidaturas Marina Silva, José Serra e Dilma Rousseff?
Desde o início declarei meu voto na candidata Marina e, na medida do
possível, vou ajudá-la. Prefiro não fazer declarações sobre seus adversários.
Gilberto Gil voltaria a ocupar o cargo de ministro? O que ficou
de bom e de ruim na lembrança de sua atuação à frente do
Ministério da Cultura?
Não sei se voltaria a ser ministro. O que aconteceu foi que não pude resistir
do convite do presidente Lula. O lado bom foi ter dado uma maior
visibilidade ao ministério com projetos importantes, como o dos Pontos de
Cultura, e ter conseguido aumentar minimamente a verba destinada a pasta.
Qual o Ministério da Cultura ideal para este país?
Um ministério que tenha condições e força suficientes para desempenhar um
papel efetivamente estratégico na formação, afirmação e disseminação da
cultura brasileira em todo o país e também fora dele. Como acontece em
países como EUA, França, Inglaterra, Alemanha, Japão e outros.
Como você tem visto a política de segurança no Rio com a
implantação das UPPs? De que forma as culturas do morro e do
asfalto podem ser influenciadas?
Vejo com bons olhos. Há uma rica produção cultural nos morros e, com a
pacificação, as comunidades do Rio passam a ser mais acessíveis a todos os
moradores da cidade. Isso estimulará uma maior integração e intercâmbio
cultural entre morro e asfalto.
Você é muito ligado à tecnologia. O que tem a dizer sobre as
atuais redes sociais?
Eu estou presente na maioria delas, mas, por falta de tempo, me dedico
pouco. Minha equipe ajuda a atualizá-las. Minha mulher, Flora, usa muito o
Twitter. Acho que essas redes sociais são novo meio de conhecer e
manter contato com outras pessoas, especialmente as que estão mais
distantes. Podem ser mais ou menos saudáveis e/ou eficientes dependendo
da maneira como são usadas por cada um. Sem dúvida são excelentes
ferramentas de divulgação, de trocas de informação com rapidez e há muita
gente participando delas.
Costumam dizer que a internet é a vilã da indústria fonográfica.
De que forma ela pode ser utilizada para o bem? O que pensa
sobre o download de músicas?
A internet não é uma vilã... pelo contrário. Ela foi apenas mal compreendida
e muito subestimada pela indústria fonográfica no momento de sua grande
popularização. A internet é livre, é do bem e tudo depende de como é
usada e explorada. Apesar de terem saído atrasadas nessa corrida, as
gravadoras já estão se adaptando e ganhando força dentro da realidade
virtual. Está aí a realização do Prêmio de Música Digital, que celebra
justamente a venda e distribuição legal da música em formato digital, com o
aval I de todas as principais gravadoras do país.
Você fez uma grande turnê pelo mundo. Como sente o cenário
internacional em relação aos músicos brasileiros? Como um
novo artista pode conquistar o mundo levando a nossa
bandeira hoje?
A música brasileira é sempre muito bem recebida lá fora. Há um interesse
constante pelo que produzimos e os músicos brasileiros, em geral, são muito
respeitados. Não existem fórmulas para conquistar o mercado
internacional... é uma questão muito subjetiva, de gosto popular. Acho que o
fundamental é procurar apresentar um trabalho de qualidade, tanto aqui
quanto lá fora. O resto é consequência...
Gilberto Gil tem frequentado a cena cultural?
Não sou muito de sair. Meus filhos trazem as novidades nas artes em geral.
Mas viajo muito e vejo muita coisa interessante por aí.
Como está a voz de Gil depois dos tratamentos médicos?
Minha voz está boa, com vigor... e ainda vou usá-la muito!
HELOISA TOLIPAN
O HOMEM QUE FAZ RIR
Paulo Gustavo é uma peça hiperativa. Depois do estrondoso
sucesso de Minha mãe é uma peça, o ator está em cartaz
com outro monólogo/stand up comedy: Hiperativo. Como
fim da temporada de filas homéricas no Teatro Leblon, ele se
mudou, este fim de semana, de mala, microfone e a melhor
das caras de pau, tipicas dos comediantes, para o Teatro dos
Grandes Atores, na Barra, "No Hiperativo sou eu sem a
máscara de um personagem. Tenho de ser divertido, tenho
de abraçar o público e conversar com ele como se fosse
meu amigo de anos. Estar sozinho em cena é sempre difícil.
É você levantando a bola para você o tempo todo",
comenta. Além do espetáculo no fim de semana, Paulo
Gustavo tem dado expediente nas coberturas das semanas
de moda do GNT, em busca do humor por trás dos desfiles.
"Eu brinco com o tema, com a loucura dos estilistas, com os
termos usados, com as tendências, com as manias e só. O
resto do material do meu trabalho, mesmo no quadro do
GNT, é do universo da raça humana: medos, inseguranças,
transformações, máscaras... e é tudo muito divertido!"
enumera. E é exatamente ai, na observação do cotidiano e
no achar graça do nonsense da vida, que residem os bons
comediantes. E Paulo Gustavo é dos melhores
REVISTA DOMINGO
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