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Documents from Gilberto Gil's Private Archive

Instituto Gilberto Gil

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Brazil

  • Title: Documents from Gilberto Gil's Private Archive
  • Transcript:
    CLIPPING SERVICE CLIENTE: Gilberto Gil VEICULO: O Estado de S. Paulo - SP SEÇÃO: Caderno 2 DATA: 15/06/2009 . ENCONTROS COMO ESTADÃO 'Cultura não precisa de despachantes' Juca Ferreira quer, na reforma da Lei Rouanet, acabar com "o comércio e a burocracia" e oferecer vida cultural a mais pessoas que a Depois de um dia correndo atrás de Juca Ferreira por São Paulo, foi na área das autorida- des do aeroporto de Congo- nhas, quase na porta do avião, coluna conseguiu alcan- ça-lo. Assim como Gilberto Gil. seu antecessor no Ministério da Cultura, Juca Ferreira é um ministro em trânsito. Desde que desfraldou a bandeira da reforma da Lei Rouanet, faz questão de vender seu peixe in loco. Ndo por acaso, no Rioeem Sao Paulo que encontram as mais hostis cidades que, segundo ele, se concentram quase todos os recursos inves- tidos a partir da renúncia fis- cal, muitos deles em shows de celebridades. E o Mincndo no impedir, pois não há nada de ilegal nisso, nos ter- mos da lei atual. Nesta conver- sa com a coluna, Ferreira põe os pingos nos lls, conta suas preferencias como consumi- dor cultural e avisa: "Precisa- mos de um novo texto que defi- na melhor essas situações." Qual o principal obstáculo na sus a Lel Roua- A concentração excessiva (de recursos da lei em duas ei dades, Sao Paulo e Rio. Alguns produtores que conhecemoca- minho das pedras estão resis- tindo as mudanças. Fizemos debates em 19 Estados e neles a aceitação é absoluta, já que os recursos não chegam lá. Existem muitos "atravessadores" no processo entre a aprovação do projeto e a captação de recursos? Essa Intermediação existe, sim, mas não é legal. Eu diria que entre 20% e 80% dos recur- sos investidos são desperdiça- dos em atividades desnecessá- riase burocracia. A ideia é aca- bar com o comércio da inter- mediação, com esses despa- chantes da cultura. Ela não preeisa deles. contribuam para volver as linguagens e da estética plicy, enquanto o partido ficou com Kassab... Eu sou da oposiçko à direção do partido. Não apoio a presidência do PV e nem a chamam de pragmática. Aliás, eu daria a isso outro nome.. O sr. é um dos fundadores do PV. Masem São Paulo, apoiou Marta Su- Fernando Gabeiratera seuapolopa- ragovernador no Rio? Se Gabeira for candidato a governador, eu não apoio. Mas sim, se ele for candidato ao Senado. Osr.costuma ir ao teatro? Como é sua vida de espectador? Minha vi- cesso de trabalho. Mas assisti ao show da Teté Espindola em Brasília. E também o do Milton Nascimento e o filme Che, além da peça do Wagner Moura e o show do Caetano Veloso, do qual, aliás, gostei muito. Estou me programan Yerape- Existe um projeto de leido senador Eduardo Azeredoque prevé acrimi- nalização de práticas corriqueiras na internet, como download de mu- sica. Qual a sua opinião sobre esse projeto? Não gosto dele. Tenho medo de que se sacrifique a grande conquista que a redere- presenta - a liberdade absolu- a possibilida- teatro no Brasil são caros demais? Quais seriam? Vou citar dois: 0 Tem gente que capta pela Lei Roua- Instituto Moreira Salles e o Oslobbles contraisso são muitofor- net e vende ingressos caríssimos, Santander - que, apesar de que só a classe A paga. Se entrou uma ação restrita, & de boa tes? O lobby é quase inevitável dinheiro público, tem que ba qualidade e não utiliza a Lei sões, afinal é muito dinheiro essa exigencia. Tem projeto mais eficiente. Os bancos bra- na democracia. Haverá pres- ratear o ingresso. Hoje não há Rouanet. Esse é o modelo ano, a Lei Rouanet distri- buirá R$ 1,3 bilhão. Mas veja, público e não barateia um de ajuda do Estado. Se que- que recebe o dinheiro - que é sileiros não estão precisando o 3% do proponentes ficam tostão. Por isso suspendemos rem fazer um gesto de respon- el Ehoje, sem dinheiro públi ra, que façam de fato, a bales co, o custo da bilheteria conti- ganha prestigio. Nós podemos nua o mesmo. Por isso quere colaborar, mas não podem pas- mos mudar a Lei Rouanet. sar toda a conta para a gente. Um exemplo disso é a Funar- Oministro Orlando Silva, dos Esporte, que recebe do governo me- tes, elaborou uma espécie de Lei nos do que a gente repassa pa- Rouanetesportiva. Isso criaumadi- ra alguns institutos. visão entre esporte e cultura? A coisa não funciona tao mecani. camente assim. Agora, os mes mos problemas que vivemos sos. Esses vão se mexer, obvia mente. Seria ingenuidade não esperar isso. Em Minas, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Ceará e Bahia esse dinheiro não chega. Vamos fazer uma revolução no país. sam a reforma de dirigismo cultu- O que o st. responde aos que acu- ral"? Vamos usar basicamente três critérios (para distribuiçdo de recursos). Primeiro projetos que fortaleçam a economia da culturals fortes e projetos vis- cultura. Queremos empresas veis. Segundo: projetos quege- O sr. já sofreu muito assédio dos produtores? Existe uma pressão legítima normal, as pessoas querem saber do seu projeto, ros de acesso a cultura no Pais dos intereses. Agora, uma pre nesses 18 anos o esporte vai vi- dia de governo, se essa forma ver. Haverá também uma con- vontade do presidente. Não te- Ost, pretende terminar o governo junto com o Lula ou sair antes para são muito ruins. Não se conse . se e percolver 20% da popula- aparecer, eu tenho bom-hu- ja reconhecidedma dos atletas nho plano de outra atividade, nhuma área. Em terceiro:que- remos financiar projetos que Osr. não acha que os ingressos de de dos de diversos padrões cultu- rais. A gente não deve ter me. do desse nível de liberdade. A população tem maturidade pa- ra desenvolver seu senso críti- co e fazer suas escolhas. O que muda para os institutos liga- dos a bancos que participam da Lei Rouanet? Minha expectativa é que as empresas que criam ins- titutos culturais os mante- nham. Pode-se, é claro, estabe- lecer parcerias. Mas quando chegamos ao ministério, vi- mos que até o papel higiênico era pago(com dinheiro publico). Ou seja: criam o instituto e apresentam a conta ao Estado, Não acredito que tenhamos de pagar toda a programação do instituto. De qualquer forma, reconheço que alguns têm uma excelente programação. PEDRO VENCESLAU MARÍLIA NEUSTEIN
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