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Documents from Gilberto Gil's Private Archive

Instituto Gilberto Gil

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Brazil

  • Title: Documents from Gilberto Gil's Private Archive
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    de Globo. O governo recuou. O pro- jeto saiu do papel encolhido, abar- cando apenas o cinema, e o MinC ainda teve de enfrentar acusações de autoritarismo. Outras das grandes questões nas quais a pasta tocou, arriscan- do-se em áreas mais fortes do go- verno, foram a escolha do padrão brasileiro para a tevê digital e a criação da teve pública federal. Nos dois casos, representantes do MinCirritaram o ministro das Co- municações, Hélio Costa, e obri- garam Lula a intervir, pedindo, a portas fechadas, que seus subordi- nados não brigassem em público. Os cabos-de-guerra demons- tram que o novo MinC não acei- tou a miudeza a que esteve sem- pre relegado. Mas, se na imagem e no discurso, a ousadia teve fru- tos, o mesmo não se pode dizer da "vida real" da pasta. Quando Gil chegou, o MinC recebia 0,2% do Orçamento da União. Alcançou 0,6% em 2007 e em 2008 voltou a cair, para 0,5%. De 237 milhões de reais iniciais, saltaram para pouco mais de 600 milhões. Des- contado o custeio, sobram 100 milhões para investimento direto. PELAS BORDAS. Os Pontos de Cultura, como este no Acre, indicam a ideologia da gestão Uma das áreas atingidas pela ex- cessiva concentração da lei - nas produções que mais visibilidade dão aos patrocinadores - parece ter sido o teatro. Vem dos palcos algumas das mais duras críticas à administração de Gil, que não criou uma política eficaz para as artes cênicas (ao contrário do que fez com o cinema) e deixou sucateada a Funarte. Na música, o incômodo com sua postura também foi grande. A defesa da flexi- bilização dos direitos autorais e o não ataque à pirataria são vistos como ir- responsáveis por di- versos músicos. para mudanças no Orçamento e na Lei Rouanet de procedimentos ad- O balanço da sua ges- tão pode, no fundo, ser feito por dois cami- nhos. Um, o das ações específicas, comporta uma série de críticas ministrativos a precipi- tação na divulgação de projetos crus. O segundo caminho é olhar, historicamente, para o papel que Gil e sua equipe exerceram. E o que eles fizeram foi ampliar a atuação da pasta, a despeito da incapacidade do governo de sanar suas necessi- dades estruturais. Neste momento, mais do que apontar as falhas do ministério, talvez seja importante pensar sobre o papel empreendedor de Gil. Sobre a ousadia de dar à cul- tura o status de política pública e tratá-la como algo fundamen- tal ao desenvolvimento. CARTACAPITAL 6 DE AGOSTO DE 2008 29 Rio-São Paulo e as críticas à utili- zação do incentivo fiscal por es- petáculos da Broadway e que tais. Nesses casos, o discurso foi mais enfático do que a prática. Prometida desde o projeto de governo do PT, a mudança na Lei Rouanet, o principal meca- nismo de incentivo fiscal à cul- tura, não se efetivou. Para isso, Gil não teve força. Recuou vá- rias vezes. O projeto, segundo Juca Ferreira, estaria prestes a vir a público. Com a mudança de ministro, pode se tornar ainda mais difícil mexer nesse pote cheio de donos. conhecidos deles são os Pontos de Cultu- ra, que incentivam ações em comunida- des carentes, e o DOC-TV, responsável pe- la produção de docu- É por isso que, apesar de ter ocupado to- das as primeiras páginas nesta quinta- mentários para a rede Oprestígio não ção dada a manifestações foi suficiente capoeira, também esta nificativa, num país em que a lógica da concen- tração de renda se es- praia. A gestão de Gil foi, nesse sentido, ideo- lógica e bateu na tecla da "diversidade". Ideológica foi, também, a defesa da desconcentração do patrocínio no eixo peços. Há cinco anos, a equipe encarre- teiam patrocínio recebiam cerca de 2 mil processos. Hoje, são 30 mil, para o mesmo número de pessoas. A falta de um plano de carreira e as condições sa- lariais fizeram também com que, em 2005 e 2007, os servidores entrassem em greve, deixando museus e outras instituições de portas fechadas. Neste momento, pilhas de projetos aguardam um parecer e alguns pro- dutores chegaram a perder patro- cínios em decorrência dos atra- sos. A falta de estrutura é, no fun- do, a grande derrota de Gil. Ape- sar dos afagos públicos do presi- dente, ele não conseguiu alcan- çar o que desde o primeiro dia pe- diu: 1% do Orçamento da União. Por essas e outras, concentrou-se nos pequenos projetos a ação direta sobre a produção cultural. Os mais OPONENTES. Jabor viu"stalinismo". Com Costa, houve trombadas LO CASAL JR./ABR
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