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Documents from Gilberto Gil's Private Archive

Instituto Gilberto Gil

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Brazil

  • Title: Documents from Gilberto Gil's Private Archive
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    Lasarus vecc LCHITA CONSU do de um Camaval bonito na área que é a orla, à beira fras canções diferentes de que zeza, ti, dorepertono dos ME-1 dhios. Todo este pessoat passou o farol. ar com é um ponto força extraor da nário dade. Há tam- em um equili- brio mais acen- huado entre o Camaval privati A homenagem poderia ser mais ampla, incluir a convencionou- se chamar de música car navalesca. Isso ajuda muito os artistas com seus caminhões e suas bandas, zado dos blocos decoração da cidade especialmente mas, semaqual eles não pode riam estar nutridas para a guer- ra da vida. E este outro lado, se a música não contribui efetiva- mente, não im- porta, porque ela contribui com ou tra coisa. Ela não é o tanque da guerra, mas é o combustível . In- diretamente se chega lá. Mesmo que a música não seja uma ba- la é a força que passa pelo dedo e o Carnaval da pipoca, exemplo. por e a denominação oficial. É o Carnaval repertório de for- quando eles es- tão fora do blo- co, a fazer um ninos daqui.. a transitar indistintamente pelo CB - Vai ter Tapa na cara? circuito amplo de música popu- GG - Eu mesmo não incluí no lar, que agora se dá ininterrup- meu repertório, mas se alguém tamente. Porque é um país com quiser cantar. esta tendência. Que gosta de CB - O que você acha da po- festa, um país alegre um país lêmica que se formou na ci- celebrativo, que não perde opor dade em torno desta música? tunidade de fazer festa. Você vê GG- Olha, Carnaval é um es- que São João já entrou pelo Car- paço para todo tipo de joça, de naval, Carnaval já entrou pelo troca, de brincadeira. As músi- São João. É celebração! cas de Carnaval, classicamen- CB - Toda essa celebração co te, mesmo as que vieram do Rio loca em que nível a importân- de Janeiro no início do século, cia social da música? Pergun- fazer tudo que nomeado do século e tudo mais tando de outra maneira, você todas tinham a ainda acredita coisa apimenta- que a música, e da, do duplo 'Mesmo que a música a arte de um que puxa o gatilho: A música po modo geral, pular representa isso, o imagi- não seja uma bala, é do imaqinário a força que passa coisa que sem pelo dedo que puxa o Como Eu já não CB - Você acha que os trios in da Paz, mas deveria ser o Carnaval de Dorival Caymmi' da na telha. Cantarem rock, músicas român- ticas, sertanejos, sucessos do pa gode, romanti- co... dução mentos eróticos, de ele tem importân mudança social ativa? CB-E como vai ser o Carna- val musical do Gil? gatilho' dependentes, quando trazem grandes artistas para a massa, têm um papel importante nes- se processo? GG - Sim. Por- que é onde se tem uma ligação mais liberta com o povo que tá ali fora, onde eles possam can- tar, onde não se fique preso ao repertório dos blocos. E, ao mes- mo tempo, o bloco é uma coisa interessante porque tanto os fo- liões da classe média, os seto- res mais pequeno-burgueses, quanto os setores mais popula- res, querem reproduzir na ave- nida seus contextos de bairro e de comunidade afetiva. CB - Como você sente estes diferentes públicos: a grande massa do Carnaval que acom- panha o trio elétrico e a pla- téia dos espaços fechados? GG- É complicado perceber is- so. O Carnaval da Bahia, ainda que você tenha o que é classi- camente carnavalesco, que são as canções para catarse, as lar- gas expressões corporais para pular atrás do trio, as músicas frenéticas, o galope, para usar um termo local, apesar de uma quase predominância desse ti- po de manifestação, abarca vá- rios gêneros. Tem aqueles mo- mentos suaves, tranquilos, do Hino ao Senhor do Bonfime ou- GG - Como sou um compositor com músicas em várias déca- das, vou cantar muito dessas composições. Super Homem na levada do Avisa La... Vou fazer umas surpresas! Vou cantar Ga- rota de Ipanema, coisas do Do- rival, vou cantar de tudo. Eco- mo vou estar acompanhado de vários colegas nos três dias de apresentação, vou cantar musi- cas deles e eles as minhas. Vou cantar Stones pre houve no Carnaval. CB - Entretan- to, hoje já não se distingue Carnaval como período e a música de Carna- val invade as demais épocas do ano. GG-Hoje em dia é assim... Coi- sa que antigamente era música de duplo senti- do, que era mais aceitada e tole- rada no Car- naval. Porque 'Carnaval é um preocupação com o fato de que a música possa ou não ter essas funcio nalidades definidas. Porque sei que ela garante o que está ap- ta a garantir, que é a circulação da energia psíquica no imag- inário. Ela já faz isso de manei- ra forte. Ela tem função de ali- mentar o lado poético da alma, o lado da subje- tividade radical que encontra "A cada novo tchan, na cada novo grupo de toricamente ex- na fantasia. E, pagode, de rap, se vê ra têm chance. afirmada a popular, das várias regiões do tante do avanço emergência do povo, em geral . Muitos representan emancipação do participando melhor tes das culturas regionais foram que você queira alçados para o estrelato nacio- chamar de outro da vida cultural do ral, durante o ano inteiro, com lado, da política. inaceo de discos, com reper- Ela garante o ali- país ante tocando nasra- mento das al- Rock Around the espaço para todo tipo Clock commerce de joçu, de troça, de pesca, essa cha- brincadeira' essa cultura um seus campos es- pecíficos, poesia, na arte e mada cultura de massa, com for- tes elementos do imaginário garantido isso, está garantida uma parte impor- vou fazer brinca- deiras (risos) Moderadamente várias por razões. Porque não posso com- petir com o fôlego dos meninos, porque acabei de sair de uma cirurgia delicada no oiho. Vou fa- zer um Carnaval que vai ter col- sas bonitas Brasil, passou para a cultura pop e da reversão, da A gente passa tade na portad prendo parader Mais adiante, er tinha o problen Lembro de um Carnaval memorável onde dancei a noite inteira com a Natalie Wood. Aí foi a redenção' cãozinha quar la para a Get hário popular, missão, desejo de bailes. Lembr participação, sonho estético, de- sign popular. É o ápice da emer- gência e esta permissão é cada vez mais visível. A cada novo tchan, cada novo grupo de pa- gode, de rap, se vê afirmada a emergência do povo, participan- do melhor da vida cultural do país, tendo chances, sendo con- siderados, minimamente respei- tados, tendo participação míni- ma na renda, entrando, no cir- cuito cultural e econômico. Es- sas coisas é que me interessam e é nesse sentido que eu sou a favor do axé, do pagode, do funk, do rap, das for- mas populares, do sertanejo São setores his- vas tecnologias permitiram, au- mentou o núme- ro de rádios, to- dos querem ter mento exponen cial da mídia, com toda coisa da vulgarização, teira com a (al talie Wood. Aft é claro que av a Bahia, com de Caetano ni dava no plano efetivamente levava a gente ca Castro Alve foda. Até meu bém. Aí veio o participar. CB - que ciativas com Menezes, co dos, de revi dico e de cria tasias? GG- É bacar naval antigo, ma, de outro po. Esse ano, das coisas 9 fantasiar. Vāc uma de maraj e outra de pir CB - A fanta relação con GG - A dep mente inspira olho (risos). que é sempn
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