Bruno Porto
quando começaram a surgir no Brasil
os primeiros discos do Bob Marley, do
Jimmy Cliff, do Peter Tosh, do Yel-
lowman... Enfim, de toda aquela turma
da Jamaica. Há cinco anos, o João
Araújo (presidente da gravadora Som Li
vre e pai de Cazuza) sugeriu que eu fi-
zesse o disco, dizendo que eu o grava-
ria com beleza. Passei a considerar a
idéia, mas outros projetos, o "Quanta",
o "Quanta gente veio ver", o disco do
"Eu tu eles", o com o Milton, o "São
João vivo", foram me sendo pautados e
o das regravações do Bob Marley aca-
bou ficando para depois. Até que final-
mente tive um tempo e viajei para a Ja-
maica, onde já tinha gravado "Vamos
fugir" com os Wailers na década de 80,
para dar o pontapé no CD. O difícil foi
escolher entre as mais de cem músicas
do Bob Marley
E com quantas músicas você ficou?
GIL: O disco tem 14 músicas, entre elas
"Buffalo soldier", "Rebel music", "Kaya"
e "Lively up yourself". Gravei uma faixa
com Sly & Robbie (dupla de regueiros),
quatro com as I'Thees (grupo vocal que
acompanhava Marley), e "Them belly
full (but we hungry)" e "No woman no
cry", com Herbert e os Paralamas.
Você tem acompanhado o trabalho de
novos artistas brasileiros? O que cha-
ma a sua atenção?
GIL: Eu gosto dos Lampirônicos, do Ot-
to, da Paula Lima, do Pedro Mariano e
do Davi Moraes, Esses meninos são to-
dos ótimos. Gente boa é o que não falta
hoje em dia.
Você vai fazer 60 anos em junho. Já
chegou a alguma resolução?
GIL: Eu cheguei ao limiar da velhice.
Agora é ficar velho e continuar na co-
leção dos jovens como item retro.
. GIL E O IDOLO Bob
Marley: enquanto
supervisiona um projeto
de reciclagem de
garrafas, o baiano dá os
retoques finais num disco
de regravações de Marley
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