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Documentos do Arquivo Pessoal de Gilberto Gil

Instituto Gilberto Gil

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Brasil

  • Título: Documentos do Arquivo Pessoal de Gilberto Gil
  • Transcrição:
    Ivana Moreira, Cristiane Agostine e César Felício De Belo Horizonte e São Paulo CLIENTE: GILBERTO GIL VEÍCULO: SEÇÃO: DATA: O acirramento da disputa en- tre os paulistas Geraldo Alckmin e José Serra - que ainda resistem a abrir mão da pré-candidatura à Presidência em nome de um con- senso-levou a cúpula do PSDB a tomar medidas para ganhar tem- po e traçar nova estratégia. Como a de afastar do país o governador de Minas, Aécio Neves. Embora a assessoria de imprensa do gover- nador se empenhe em informar o contrário, não há nada de nor- mal em sua partida para o Cana- dá, na noite de terça-feira. Aécio Neves, uma das princi- pais lideranças tucanas envolvi- das na escolha do candidato à Presidência da República, estará fora do país num momento deci- sivo das consultas. O que torna es- tranha sua decisão repentina de deixar o país. Diferentemente de outras viagens do governador ao exterior, não houve comunicação prévia à imprensa. Na mensagem enviada à Assembléia Legislativa, o governador explicou que viaja- ria por motivos pessoais e parti- culares", com previsão de retor- nar ao país no dia 13 de março. Na quinta-feira, na última vez em que deu entrevista à imprensa, em Belo Horizonte, Aécio avisou que se encarregaria de mobilizar os governadores de outros Estados para impedir a votação do Orça- mento da União, prevista para ocorrer depois do Carnaval. Nada em sua fala, portanto, dava a en- tender que tivesse planos de entre- gar o governo ao vice, Clésio An- drade (PFL.), na semana seguinte. Na mesma entrevista, aprovei- tou para anunciar a realização em Minas do show de encerramento da carreira do tenor italiano Lu- ciano Pavarotti, ao lado de Rober- to Carlos, no dia 18. Informando que o show será gratuito para o público mas não custará nada aos cofres do Estado, Aécio avisou que logo depois do carnaval pro- VALOR ECONÔMICO-SP POLÍTICA 02.03.2006 Eleições Viagem repentina do governador mineiro ao Canadá sugere existência de um plano B do tucanato Aécio cresce no vácuo da guerra Serra x Alckmin NODERALMEOLHA IMAGEM-2020 PÁG: videnciaria o agradecimento às empresas da iniciativa privada que patrocinaram o evento. Aécio, que completa 46 anos no dia 10, nunca falou sobre ter planos de comemorar o aniver- sário fora do país, acompanhado da filha Gabriela, em pleno pe- ríodo escolar. Até porque já tirou alguns dias de férias em janeiro, quando viajou para o exterior na companhia da única filha. Mais do que liderança de presti- gio no PSDB, Aécio Neves é um dos presidenciáveis tucanos. Recente- mente, o mineiro declarou que abriu mão de qualquer pretensão de ser ele o candidato à Presidên- cia, em 2006, em nome da unidade do partido. Na ocasião, disse que não queria ser um nome a acirrar disputas internas. Queria sim o pa- pel de articulador do consenso. A declaração do governador reforça as dúvidas sobre essa sua repenti- Aécio e a namorada Michelle Pinho no camarote de Gilberto Gil durante o carnaval de Salvador.cinzas no Canadá para uma viagem de 13 dias com a filha Gabriela para uma solução intermediária. Em caso de impasse, o PSDB ca- minharia assim para uma dispu- ta aberta entre os dois dentro do diretório nacional tucano. Teriam pesado ainda as pesqui- sas para a sucessão em Minas, mos- trando que são muito grandes suas chances de se reeleger em primei- ro turno. Aécio conta com a possi- Antes de abrir mão da preten- bilidade de fazer uma aliança com são de ser ele o candidato, Aécio PFL e com o PMDB, negociando se empenhou num trabalho de na aliança os postos de vice e de bastidores para consolidar-seco- candidato a senador. Clésio An- mo o nome capaz de construir a drade, o atual vice, é do PL Possí- mais ampla aliança eleitoral nu- veis adversários fortes, como o mi- ma eventual campanha. No anonistro do Desenvolvimento Social, passado, em algumas poucas se- Patrus Ananias (PT) e o vice-presi- manas, recebeu em Belo Horizon- dente José Alencar (PRB) descar: te as principais lideranças parti- tam disputar contra o tucano. dárias de diferentes legendas. Ontem, a ausência de Aécio foi apresentada pelos tucanos como motivo para que não seja tomada nenhuma decisão sobre candida- tura nos próximos dias. O que leva a crer que um dos objetivos da via- gem ao Canadá é justamente tirar ogovernador a exposição na mídia eda pressão por uma definição. No Carnaval. Aécio foi a Salva- O trabalho, no entanto, não evoluiu como esperava. Os resul- tados das pesquisas, com Serra e Alckmin aparecendo em melho- res condições, o teriam desani- mado. Nas últimas sondagens com seu nome incluído, não pas- sou de 11% e ficou atrás do peme- debista Anthony Garotinho. na viagem para o Canadá, justa- mente no momento em que o con- senso é mais urgente. Na semana passada, Aécio e o ex-presidente Fernando Henri- que tiveram conversa reservada sobre o rumo que estava toman- do a disputa entre Alckmin e Ser- ra e as medidas que poderão se tornar necessárias por parte da cúpula. De maneira reservada, fontes próximas ao governador, afirmam que Aécio Neves poderá se tornar um "tertius" para resol- ver o impasse entre as pretensões presidenciais do governador paulista, Geraldo Alckmin, e do prefeito paulistano José Serra. A hipótese é vista com grande ceticismo dentro do PSDB paulis- ta, o principal atingido caso a manobra vingar. Avalia-se que a polarização já está posta e que nem Serra e nem Alckmin, sobre- tudo o altimo abririam espaco dor, mas não foi fotografado ou filmado no sambódromo no Rio, onde o correligionário Geraldo Alckmin marcou presença. De acordo com a assessoria de im- prensa de Aécio Neves, embora a mensagem à Assembléia comu- nique o afastamento até o dia 13, a volta do governador ainda não está confirmada. E poderá ocorrer antes desta data. Ontem Alckmin deu mais uma demonstração de que está dis- posto a levar sua candidatura à convenção nacional do partido. Mostrou-se otimista sobre a es- colha do PSDB e deu um recado ao adversário partidário, José Serra: ele não será o candidato apenas por vontade própria. "Nós percorremos todas as eta- pas dentro do partido. A direção partidária, os governadores, se- nadores, deputados federias, es- taduais, dirigentes do partido nos Estados, prefeitos. Coloquei o meu nome à disposição do PSDB. Não é uma decisão pessoal, é uma decisão coletiva e coloquei ao coletivo do partido a decisão", reafirmou ontem, em São Paulo. Com um discurso de candida- to, o governador criticou ontem a política monetária e fiscal do go- verno federal, anunciou que fará mudanças que gerem mais em- pregos e maior renda. “Não tenha dúvidas de que vou mudar. É evi- dente que está tudo errado. Não é possível que o Brasil esteja conde- nado a ter um crescimento pífio." Alckmin tem aproveitado para fazer campanha durante a partici- pação em atos como governador. Ontem, atribuiu ao lançamento da 42 Campanha da Fraternidade, em São Paulo, um caráter de ato político. O clima era de campanha e o governador tomou café em um bar com a população, beijou moradores de rua, distribuiu au- tógrafos, beijos e tirou fotos com todos aqueles que pediram. José Serra e o presidente do PSDB, Tasso Jereissati , negaram on- tem que tivessem agendado um encontro para hoje em São Paulo.
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