CLIENTE: Gilberto Gil
VEÍCULO: Jornal do Brasil - RJ
Opinião
13/12/2007
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Editorial
LITERATURA
Uma academia
bem brasileira
INSTALADA NUMA RÉPLICA do Petit Trianon, de Ver-
sailles, obra doada pelo governo francês há 110 anos, a Academia
Brasileira de Letras convive com a História e o futuro, sem traumas.
Acumula sucessos desde que o pernambucano, advogado e ensaísta,
Marcos Vilaça assumiu
a presidência, em dezembro de 2005, disposto
a oxigenar a imagem da centenária guardiã da literatura brasileira. O
fardão, a divisa, o emblema e o selo, distintivos seculares, continuam
valorizados. O chá das cinco, ou a hora das amenidades dos 40
acadêmicos, Pehm Hoje, contudo, a ABL, que Machado de
artes,
Vilaca
Assis, Joaquim e companhia criaram nos idos de 1897, está
mergulhada no mundo virtual e se transformou em cenário das a
da música, de todas as formas de
deu a partida para uma série de mudanças que o novo
ssão em língua portuguesa
presidente, o jornalista Cícero Sandroni, pretende manter. Eleito com
39 votos, casado com Laura, filha de Austregesilo de Athayde,
comandante da academia por 34 anos, o paulista que já assinou o
Informe JB afirma que, por meio de uma renovada linha de seminários
conferências, palestras, publica-
ções, concertos de música po-
pular e clássica”, ampliará a pre-
sença da ABL em todos os seg-
mentos sociais
. “Popularizar sem
apelar para o popularesco"
abertura da academia e a
atualização da sua linguagem em
mídias rendeu audiência.
A reforma do site impulsionou os
acessos a quase 100 mil mensais, graças também à transmissão dos
eventos em tempo real. A reinauguração do teatro de 300 lugares, com
um show do cantor-ministro Gilberto Gil, atraiu público qualificado.
A montagem de bibliotecas em favelas aproximou a academia da
O
população
mais carente do acesso às letras.
No carnaval deste ano, cinco imortais desfilaram na Mangueira.
samba-enredo homenageava a língua portuguesa. A ABL se
transformou num pólo cultural, bem compara o imortal Ledo Ivo.
“A Academia não pode ser privativa dos afortunados, nem cair na
vulgaridade”, observa Marcos Vilaça. “Tem de defender
língua
portuguesa, mas sem ignorar o cinema, o samba, o
futebol...". Não
por acaso, Nelson Pereira dos Santos, o primeiro cineasta a ocupar uma
das 40 cadeiras, assumiu o posto de segundo-secretário com a
entronização de Sandroni na presidência.
As inovações, que chegaram
em!
nem boa hora, não podem parar.
O ano novo cheio de datas comemorativas - Os 200 anos do
desembarque da família
real no Brasil e o centenário da morte
de Machado de Assis - será um desafio. A ABL do século 21
está pronta para festejar os acontecimentos com um misto de
respeito à tradição e vivas à modernidade. Um presente da
literatura às novas fronteiras da comunicação.
Mais próxima.da
população,
moderna e ágil,
ABL atrai atenção
e conquista platéia
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