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Documents from Gilberto Gil's Private Archive

Instituto Gilberto Gil

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Brazil

  • Title: Documents from Gilberto Gil's Private Archive
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    CADERNO B zat, 6 Abril /1998 Dudou Rose (E), Hermeto, Gil (abaixo) e Aja Addy: três dias de ritmos quesntes no Teatro Castro Alves Festança encerra festival baiano Hermeto, Doudou, Aja Addy e japoneses se destacaram no Percpan Fotos de divulgação ERNESTO SOTO SALVADOR - Os tambores estão silenciosos em Salvador. Terminou, na madrugada de ontem, o 5° Panorama Percussivo Mundial (PercPan), que du- rante três dias levou ao palco do Teatro Castro Alves 13 atrações de cinco paí- ses diferentes (Brasil, Gana, Senegal, Itália e Japão). A noite de encerramen- to foi uma grande festa, que se esten- deu por quatro horas e contou com a participação de todos os grupos convi- dados. No fim, todos cantaram juntos o Hino da paz, do senegalês Doudou Ro- se, e Filhos de Gandhi, de Gilberto Gil. Quatro grandes atrações se desta- caram ao longo do festival e conquista- ram a admiração e o aplauso do públi- co baiano: a genialidade de Hermeto Pascoal, a energia do senegalês Dou- dou Rose, os tambores de guerra dos japoneses do Wadaiko Yamato e a deli- cadeza do ganês Aja Addy, o sacerdote da percussão mundial. Ao chegar à sua 5° edição, o PercPan alcançou a maioridade. A socióloga e produtora Beth Cayres, Naná Vasconce- los e Gilberto Gil, os diretores-artísti- cos, estão convencidos da necessidade de ampliar ainda mais o festival, criando uma alternativa mais popular ao Teatro Castro Alves. Eles pretendem também procurar parcerias para tentar levar o festival para outros estados Entre os estrangeiros, a grande reve- lação do PercPan deste ano foi o ganês Aja Addy, que se apresentou pela pri- meira vez no Brasil . Se apresentando sozinho - um desafio para qualquer per- cussionista - Addy fascinou pela criati- vidade e pela delicadeza de seu estilo. Ele parece acariciar os tambores. Já os japoneses do Wadaiko Yamato, da província de Nara, brilharam pela força de sua arte quase marcial. Doudou Rose, do Senegal, enlouqueceu o públi- co baiano com sua espantosa energia, que o transforma também numa figura curiosa fora do palcos: ele tem um nú- mero incalculável de mulheres e filhos. O grupo de Doudou é formado por al- guns de seus muitos filhos e filhas. A italiana Alessandra Belloni completou o elenco estrangeiro. Ela canta, dança e toca grandes pandeiros. A representação brasileira foi bem irregular. Teve a inge- nuidade do grupo Lactomia, apadrinha- do por Carlinhos Brown, formado por meninos de sete aos 18 anos, tocando baldes, caixas de isopor, latas de cerveja tubos de PVC. A malandragem cario- ca dos pagodeiros Bezerra da Silva, Jo- velina Pérola Negra e Zeca Pagodinho, que levantou os baianos. A rica tradição musical do Nordeste, presente nos Fru- tos do Mangue, formado por Alceu Va- lença e Nana Vasconcelos especialmen- te para o festival, que trouxe ainda uma elite de músicos nordestinos, entre eles Hélder e Siba, que tocam no excelente Mestre Ambrósio Resgatado da cidade de Nilo Peça- nha, o Žambiapunga mostrou com suas roupas coloridíssimas e seus instru- mentos feitos com a pá das enxadas uma tradição perdida no tempo. Nin- guém sabe exatamente sua história. Gil os Filhos de Gandhi garantiram com seu ritmo, sua mensagem de paz e a farta distribuição de água de cheiro, o bom astral do festival. Hermeto foi sem dúvida o grande no- me nacional do festival. Gênio-bruxo, ele tem a capacidade de tirar sons e fazer música de qualquer objeto. Sua inventi- vidade é impressionante. A sua versão de plástico para remédios foi de arrepiar. Deixou o público em estado de choque. O repórter viajou a convite do festival
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