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Documents from Gilberto Gil's Private Archive

Instituto Gilberto Gil

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Brazil

  • Title: Documents from Gilberto Gil's Private Archive
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    SHOW A energia de Gil dispensa a eletricidade PATRICIA PALADINO ilberto Gil desliga os plugs dos instru- mentos e adere ao estilo banquinhos- e-violões. Quem diria, logo ele, que, junto com Caetano Veloso e Jorge Ben Jor, ajudou a MPB a entrar na era da tecnolo- gia, apostando em guitarras e sintetizado- res. Simultaneamente ao lançamento do álbum Gilberto Gil - Unplugged e à exibi- ção do especial Unplugged, na MTV, ele estréia, nesta sexta, na Sala Cecilia Meire- les, o show Acústico. Estará acompanha- do por músicos da pesada, os mesmos do programa de TV: Artur Maia (baixo e guitarrón mexicano), Jorge Gomes (bate- ria e bandolim), Celso Fonseca (violões), Marcos Suzano (percussão) e Lucas San- tana (flauta). Gilberto Gil está feliz. Basta ouvir o disco onde, em muitas músicas, dá boas risadas. "Foi num clima de tran- qüilidade que tudo se desenvolveu: a gra- vação do especial, a transposição para o disco e a realização do show. Não há nenhuma ansiedade", conta Gil. "O show é muito confortável, orgânico, impregna- do. Entramos no cerne das canções e faze- mos passeios interessantes pelas suas har- monias. PINGUE-PONGUE Gilberto Gil Você já fez importantes shows acústicos, como em 1971, numa igreja de Nova Iorque, e no Ballroom, em 1993. Você gosta deste tipo de show? Muito. Do ponto de vista da sonorida- de, o clima acústico é dominado por nós brasileiros. Essa coisa de choro, de baião e de regional vem de nossa infância. Esse show de 1971, só eu e o violão, foi lindo. Aconteceu no circuito off Broadway, numa igreja toda ambientada com pedras e água pelo Hélio Oiticica. Muita gente me disse para fazer no Unplugged uma coisa assim, mas preferi ganhar em complexidade e em sonoridade. Em apenas uma música toco sozinho. Como surgiu a ideia de fazer Unplugged, o disco e o show? A idéia foi do Beto Boaventura, da gravadora Warner, em função do show do PROGRAMA 12 Gilberto Gil: inéditas e novos arranjos em show acústico na Sala Cecília Meireles O resultado do trabalho – que come- çou solitário, em casa, com a releitura dos arranjos e a escolha do repertorio – é uma delícia. Para o show, Gil promete oito músicas que não estão nem no disco nem no especial da MTV. "Algumas não tiveram bom resultado final durante a gravação do disco, e eu não queria que houvesse desnivel de qualidade. Por isso, no show, teremos novidades, como Figura Divulgação/ Livio Campos Ballroom. Ele viu e adorou. Pensando no prestigio mundial que série Unplugged tem, e diante do convite da MTV, resolvi aceitar. Como foram os en- saios e como estão os novos arranjos? Entre o trabalho de casa, feito solitaria- mente, e o ensaio com os músicos levei 15 dias. Não foi dificil porque, com exceção do flautista (Lucas Santana), todos já fa- ziam parte da minha banda desde Parabo- licamará. Mesmo o Lucas participou do show Tropicalia 2. Existe entre nós uma troca de sensações, de sentimentos e de idéias musicais. Os timbres colocam o tra- balho num contexto neo-regional, algumas coisas ficaram com ares de Radamés Gna- talli. de retórica, uma ode ao moderno Carna- val baiano, além de Super-Homem e Se eu quiser falar com Deus", diz ele. Então, é ouvir o disco, assistir ao especial e se deliciar com o show, Gilberto Gil Acústico -- Sala Cecilia Meireles, Lar- go da Lapa, 47, Lapa (232-9714). 6 a dom., às 21h. go. Programa Unplugged, na MTV: sáb., às 16h30, CR$ 10 mil (platéia) e CRS 8 mil (balcão). Até domin- dom, as 21h, e 2, às 23h. Marcelo Régua Quais foram os cri- térios para a escolha do repertório? Primeiro, um crité- rio mais afetivo, como no caso das músicas Drão e Palco. Depois, o critério de impor- tância na minha car- reira - em Realce e Aquele abraço. Final- mente, selecionei músicas que representavam desafios de transposição dos arranjos, como Realce. Quais são os instrumentos usados no show? Uso dois violões (um acústico, de nylon, bem na tradição brasileira, e um Ovation aco, tipico do folk americano). Celso Fonseca toca um acústico Yamaha e Artur Maia, baixo acústico e o que se chama aqui de baixolão, na verdade um guitarrón mexicano. 874 a 14/4/1994
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