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Documentos do Arquivo Pessoal de Gilberto Gil

Instituto Gilberto Gil

Instituto Gilberto Gil
Brasil

  • Título: Documentos do Arquivo Pessoal de Gilberto Gil
  • Transcrição:
    KEVIN MAZUR Pearl Jam **** Live at the Gorge 05/06 Warner Caixa com sete CDs ao vivo da banda de Eddie Vedder É DIFÍCIL ESCOLHER Part bons discos ao vivo do Pearl Jam. Desde quan- do a banda começou a lancar todas as suas apresentações em CD e, mais tarde, em download digital, ficou praticamente impossível para o fã even- tual saber separar o bom do ruim. Esta caixinha resolve o problema de forma certeira. Foram três shows, em 2005 2006, no anfiteatro Gorge, que fica a poucas horas de Seattle - a terra natal do grupo. E talvez seja por isso que Eddie Vedder e companhia gostam tanto de to- car lá. O primeiro show começa com um set semi-acústico de nove faixas. A cover de Ramones "I Believe in Miracles" abre a leva suave de canções, entre as quais se destacam a linda "Low Light" (de Yield, 1998) e "Crazy Mary” (lançada original mente em uma coletânea beneficente a Victoria Williams, autora da faixa). As versões de outros artistas pontuam bem os discos: as constantes "Baba O'Riley" (The Who) e "Rockin'in the Free World” (Neil Young), mais "Crown of Thorns" (do seminal Mother Love Bone, que ti- nha integrantes do Pearl Jam), "I Won't Back Down" (Tom Petty) e até uma cita- ção de "It's Ok" (Dead Moon). Eos suces- sos, claro. Todos aparecem, em versões nada preguiçosas: "Last Kiss", "Black", "Daughter", "Even Flow"... Contrabalan ceados por raridades como "Dirty Frank” (declaradamente inspirada em Red Hot Chili Peppers), "Leash" (rara- mente tocada ao vivo) e "Down" (um divertido lado B). É Pearl Jam para to do e qualquer tipo de fã. RODRIGO CARNEIRO Mundo Livre S/A ****1/2 Combat Samba-E Se a Gente Sequestrasse o Trem das 11? Deckdisc uma coletânea de sambas para contar parte dessa bela história. Dá pra ter saudade dos 90 e celebrar o presente, com a inédita "Estrela (A Fumaça do Pa- jé Miti Subitxxy)", produzida pelo cara que ajudou a dar a cara do grupo, Mi- randa, o mangueboy que fala “bah!". MARCELO FERLA Dung Banda pernambucana lança coletânea com sambas da década de 1990 DE TODAS AS INFLUÊN- cias do mangue bit (ro ck, hip-hop, psicodelia, maracatu), a menos ci- ENRES GMARSAMELE tada é o samba, que pelo filtro dos mangue boys toma formas tão dispares que se dilui no produto final. Fred Zeroquatro já citava o samba misturado com rock de Jorge Ben e o rock com pitadas de samba do Fellini como influências - e seu instrumento principal é o cavaqui nho. Hoje que a saudável brisa sonora pernambucana já vale ser revisada (o pop brasileiro carece de furacões, que deixam mais rastros, mas vive de peque- nos sopros), nada mais apropriado que Kristoff Silva **** Em Pé no Porto Independente compositor e interprete faz grande estréia com primeiro disco PARECE QUASE UM DELI- rio imaginar que Kris- toff Silva possa ter nas- cido nos Estados Unidos, crescido em Minas Gerais (onde vi- ve até hoje) e, ainda assim, seja capaz de produzir uma música tão paulistana. Por mais que se procure nele influências de outros quintais (o próprio fala em Björke João Gilberto), é impossível compreen- der seu trabalho de compositor (e agora de intérprete) longe do contexto da esco- la de Itamar Assumpção, de Arrigo Bar nabé, do grupo Rumo. Neste seu sofisti- cado primeiro álbum, Kristoff evoca todos esses artistas em 12 canções, com- postas por ele sozinho ou com seus par- ceiros -o também mineiro Makely Ka e o próprio Luiz Tatit, sócio-fundador do Rumo. Termina por soar irmão mais no vo (ou filho) da pós-vanguarda paulista- na desenvolvida desde os anos 90 por Zé Miguel Wisnik (para quem o álbuméde- dicado), calçando melodias sinuosas em harmonias nada previsíveis. E demons- tra, mais do que apenas aptidão, um grande talento para trafegar nesse terre- no tão acidentado. MARCUS PRETO Tetine *** Let Your X's be Y's Soul Jazz Records Duo radicado em Londres deixa funk de lado e retorna as origens pós-punk TATINE O TETINE É UMA PEÇA importante da propa- gação do funk carioca em Londres, onde está radicado desde 2002, e tinha um programa de rádio dedicado à música alternati- va brasileira. Contagiados pelo miami bass reciclado, Bruno Verner e Eliete Mejorado acrescentaram o estilo ao seu leque musical, mas não é o funk que os recomenda. O que faz de Let Your X's be Y's um bom disco é a capa- cidade do duo de trabalhar elementos de vanguarda em torno do pós-punk. A oitentista "Entertainment N249" e o electro cerebral "Let the X Be X” são bons exemplos. Ao trilhar esse caminho (por onde trafega desde 1995), o Tetine consegue transformar as imagens caóticas das grandes me- trópoles em interessantes trilhas so- noras contemporâneas. MARCELO FERLA Acervo Pessoal Por PAULO CAVALCANTI LOUCO POR VOCE ROBERTO CARD Tempo de Amar A estréia do Rei Este é o Santo Graal para os admira- dores e colecionadores da obra de Roberto Carlos. O já mítico Louco por Você, lançado em 1961, foi o pri- meiro álbum do Rei, e até hoje tem gos- to de fruto proibido e vale uma fortu- na. O trabalho vendeu só 500 cópias e por causa disso Roberto quase foi dispensado pela gravadora CBS. Mas o diretor Evandro Ribeiro acredita- va no cantor e ele teve outra chance. Mais de 45 anos depois, Roberto ain- da proíbe sua reedição. Ele realmente não gosta do disco, mas é possível es- pecular sobre outros fatores. O LP foi idealizado por Carlos Imperial, com quem Roberto brigou e nunca mais se reconciliou. O texto da contracapa diz que Roberto nasceu no Rio de Janeiro e não no Espírito Santo. Outro moti vo seria "Não É por Mim", cujos ver- sos dizem "e se alguém) provar que eu fiz você ficar tão triste/eu saberei que existe um céu, que Deus existe". Isso vai contra a religiosidade extremada que tomou conta do cantor. Tirando a polêmica, o que sobra? Louco por Vo cê tem baladinhas ("Ser Bem"), samba ("Chorei"), bossa nova ("Se Você Gos- tou”) e versões de hits estrangeiros como Chore por Mim" ("Cry Me A River") e "Olhando Estrelas" ("Look for a Star"). O álbum desce fácil, mas não tem personalidade - Roberto ain- da lutava para achar o seu som. A capa foi chupada de álbum do organista americano Ken Griffin, Roberto Instrumental Desde que o rock surgiu, houve várias tentativas de "suavizar" o seu some torná-lo mais palatável para gera ções mais velhas. Nos EUA, orques- tras como Hollyridge Strings davam ao catálogo dos Beatles o "tratamen- to clássico". Aqui no Brasil, Roberto Carlos também viu suas músicas ga- nharem versões orquestradas. Mas isso aconteceu de uma forma "autori- zada". A responsabilidade disso ficou a cargo da Orquestra Brasileira de Espetáculos. Ela era composta por músicos de estúdio contratados pela músicas da trilha sonora V. CBS, a mesma gravadora de Roberto. Os músicos da OBE compareciam com suas cordas e metais nas grava- ções de RC e outros artistas. Assim, nada mais justo que a Orquestra vies se com suas próprias versões. A OBE lançou vários álbuns de 1967 até os anos 70. E Tempo de Amar (1968) foi um dos mais bem-sucedidos, incluin- do não só músicas que estouraram na voz do Rei ("Por Isso Corro Demais", "De Que Vale Tudo isso"), mas tam- bém canções que Roberto e Erasmo Carlos deram para outros como "Meu Grito" (Agnaldo Timóteo) e "A Volta" (Os Vips). Esses LPs da OBE eram co- muns até o final dos anos 70, mas hoje em dia viraram raridade. Trilha cobiçada Lançado em 1969, o filme Diamante Cor de Rosa, dirigido por Roberto Farias e estrelado por Roberto Car- los, Erasmo Carlos e Wanderlea, foi um grande sucesso. A produção não era exatamente um musical, mas nela era possível ouvir quatro canções de Roberto e uma ou outra de Wander- lea e Erasmo. Essas canções saíram oficialmente em compactos e LPs dos artistas. Roberto e Wanderlea pertenciam ao cast da CBS e Erasmo ao da RGE. Mas a trilha sonora ofi- cial acabou saindo em 1970 por uma outra gravadora, a Polydor. Assim, nenhuma das músicas do trio pôde ser incluída. Luis Carlos Sá, que logo famoso no grupo Sá, Rodrix e Guarabira, é o autor de alguns temas instrumentais ouvidos na fita, como “Ilha Rasa", "Karate”, “Enganando Pierre" e "O Gênio". A execução fi- cou com a Orquestra Polydor. Joyce canta "Please Garçon". José Roberto Bertrami, que iria integrar o grupo Azymuth, ficou com "Tobogā" e "O Diamante Cor de Rosa". O desco- nhecido Gustavo deu voz a "Custe o que Custar", "As Curvas da Estrada de Santos" e "Não Vou Ficar”, que Roberto canta no filme. O célebre baterista Wilson das Neves inter- pretou "Sarro". Hoje em dia, o vinil original é muito procurado. ROLLING STONE BRASIL, JUNHO 2008 113
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