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Documents from Gilberto Gil's Private Archive

Instituto Gilberto Gil

Instituto Gilberto Gil
Brazil

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  • Title: Documents from Gilberto Gil's Private Archive
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    GIL AUMENTA A BANDA . Continuação da página 1 Classe critica fim de direitos autorais O tipo de pensamento expresso pelo Mombojó é um dos alvos da crítica do compositor Ronal- do Bastos, que vê com descon- fiança o licenciamento público de música. Segundo ele, “daqui a dez anos esses músicos não vão ter a obra deles com eles". - Isso sempre passa uma imagem moderna, mas uma pessoa pode passar por moder- na mesmo que defenda uma idéia reacionária. E defender o fim do direito do autor é reacio- nário. Não há máquina ou siste ma tecnológico novo que justi- fique você derrubar conquistas como o direito autoral. Segundo Bastos, a legislação brasileira já prevê que o autor de uma obra pode abrir mão dos direitos sobre ela. Bastos sugere com como solução à queda de venda de CDs a criação de selos independentes: Assim como festivais estão passando a ver a associação ao Creative Commons como requi- sito para as bandas, acho estra- nho a ligação a esse movimento ter se tornado requisito pedido por editais do Minc. É tornar movimento algo semi-oficial. Tudo bem o ministro, meu ami- go, achar que a a tecnologia vai mudar a História, mas ele não pode institucionalizar isso. A advogada Deborah Sztajn- berg, da Comissão de Direitos Autorais da Ordem dos Advo- gados do Brasil, sugere uma ferramenta vista por ela nos Es- tados Unidos e no Canadá: Lá, estão se tornando co- muns quiosques em que você escolhe as músicas que quer na internet e grava na hora seu CD, personalizado O presidente da Associação Brasileira de Produtores de Dis- cos, Paulo Rosa, enfático na crítica à licença pública: - Não o artista é titular de le direitos há editores e produ- tores que financiam a a gravação e a distribuição. Conteúdo mu- sical é para profissionais que querem ser remunerados. CORPO A CORPO GILBERTO GIL A realidade vai à frente de tudo' • A turnê "Banda Larga" será o início de uma liberação de transmissão gratuita de shows que Gilberto Gil pretende manter a partir de agora. Num intervalo entre reuniões no Pa- lácio Capanema como ministro da Cultura, Gil falou ao GLOBO sobre os rumos de sua carreira artistica e como isso pode repercu- tir em sua atuação no governo Lula. O GLOBO: A liberação de gravação e trans- missão de seus shows na turnê "Banda Larga" vai se manter nos shows posteriores? GILBERTO GIL: Estou querendo encaminhar meu trabalho artístico cada vez mais para o ambiente digital. Quero aproveitar todas as possibilidades mais atuais de broadcasting, webcasting, ipodcasting... E tudo isso envolve a grande mutação tecnológica pela qual a inter- net vem passando, que é a banda larga. Dalo nome da turnê. Vamos ver como será esse projeto em funcionamento na excursão da Eu- ropa. Não sabemos em que extensão vamos conseguir levá-lo adiante lá. Mas, daqui para a frente, sim, vou procurar fazer isso com todos os meus shows. Todo mundo pode filmar, fo- tografar, transmitir por celular... . Como o artista que quer aderir à licença pública resolve isso com sua gravadora? GIL: Tem de haver negociação. Acho que as gravadoras estão transitando de uma posição de resistência absoluta contra isso para uma postura de negociação e compartilhamento. Agora mesmo, a EMI resolveu por todo o re- pertório dela na Amazon.com (com venda sem sistema de proteção anticópia). ma .O senhor já tentou licenciar publicamente trabalhos a Warner não permitiu. Como seria essa negociação? GIL: Não sei ainda. Primeiro, não tenho mais vínculos diretos com a Warner, tenho contrato para a gravação de mais um CD apenas. Mas o acervo da minha obra está na mão deles. Por isso, devo colocar minha obra à disposição por meio de novos fonogramas, que não este- jam vinculados à Warner. Vou regravar todo o meu repertório pela minha gravadora. Então, ele poderá ser posto em domínio público. • A "Banda Larga" poderia se refletir em al- guma ação do ministro Gil a favor da licen- ça pública de música? GIL: A iniciativa que o ministério está toman- do é de propor à Casa Civil (da Presidência da República) e aos ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia, ou seja, todos que este jam envolvidos em questões de direito do au- propriedade intelectual e patentes, uma re- tor visão do marco legal brasileiro, que a legisla- ção brasileira de direitos autorais seja revista. Já encaminhamos essa proposta à Casa Civil, a partir da nossa Diretoria de Direitos Autorais. . Uma das principais críticas à licença públi- ca de música é a eventual perda dos direitos autorais. o que o senhor acha disso? GIL: O Creative Commons não exclui a remu- neração do artista. Uma das finalidades dele é estimular a circulação das obras, o que cria no- vas formas de remuneração de seus autores. Em muitos discos, uma, duas, no máximo qua- tro faixas são mais divulgadas; as outras ficam esquecidas. A circulação dos trabalhos por es- ses novos meios possibilita a divulgação de to- das as faixas, inclusive dessas abandonadas, que praticamente foram para o lixo. A resposta a essas críticas é a realidade. A realidade val à frente de tudo. (Alessandra Duarte)
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