CLIENTE: Gilberto Gil
VEÍCULO: Revista Exame - SP
SEÇÃO:
Brasil
19/12/2007
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BRASIL turismo
rá acesso a um complexo hote-
leiro que o grupo espanhol Tru-
sam pretende construir na praia
do Forte, no litoral norte. Em
movimentos articulados com an-
tigos colegas do Ibama, Tosato
seria o responsável por dificul-
tar a liberação desse ed outros
empreendimentos na região. O
projeto integral do Trusam en-
globa nove hotéis e vários con-
domínios residenciais. A demo-
ra na aprovação da estrada
que finalmente foi autorizada em
novembro, após algumas modi-
ficações no projeto deixou
atemorizados os responsáveis
pelo investimento. "Imagine a
preocupação deles em relação
ao licenciamento do projeto to-
do, se apenas essa estradinha de-
morou um ano para ser libera-
da", diz a advogada Roberta Ca-
sali, contratada pelo Trusam. O
caso do grupo espanhol provo-
cou um tremendo desgaste ao
governo. O próprio Wagner te-
ve e de se esmerar em explicar o
porquê de tanta demora numa reunião na
Espanha com executivos da empresa.
MAIS RECENTEMENTE, outra reclamação
partiu do embaixador português Francisco
Seixas da Costa, que afirmou que "os em-
preendimentos na área turística nunca são
cristalinos no Brasil e que "obstáculos que
surgem inesperadamente afetam a confian-
ça dos investidores". O embaixador refe-
ria-se às dificuldades que o grupo portu-
guês Reta Atlântico vem enfrentando há um
ano com a construção do Reserva Imbas-
saí. O complexo começou a ser construído
em 2004, quando o projeto recebeu a licen-
ça de implantação do órgão estadual re-
sponsável, o Centro de Recursos Ambien-
tais (CRA). Em dezembro de 2006, porém,
às vésperas do início das
discutido o projeto da ponte com o
CRA durante o licenciamento e ha-
víamos chegado a um consenso",
afirma Dias, do Reta Atlântico. Ao
longo deste ano, Dias compareceu a
várias reuniões nos órgãos ambien-
tais, algumas das quais com 30 participan-
tes. Apesar de a diretora do CRA, Beth Wag-
ner (ex-mulher do governador), ter afirma-
do a EXAME que o problema da ponte es-
tava solucionado, até o fechamento desta
reportagem, em 10 de dezembro, a obra não
havia sido liberada. O empreendimento tam-
bém é questionado pelo Ministério Públi-
co desde o início de 2007 e o CRA, O
mesmo órgão que havia licenciado a cons-
trução em 2004, acatou a contestação do
MP e suspendeu a licença. O principal pro-
blema desse episódio é que
a indefinição criada em tor-
no de uma licença já dada
equivale ao descumprimen-
to de um contrato. "Esse ti-
obras do primeiro hotel.co
obra foi embargada pelo Iba
ma por causa da reforma de
uma ponte que liga duas par
terreno, com 1,3 milhão de
Uma licença
ambiental
concedida foi
revogada, o
que equivale jurídica e prejudica a ima-
metros quadrados, é recorta-
do por riachos e brejos. "O
à quebra de
incrível é que já havíamos um contrato
po de reviravolta é absurdo,
porque causa instabilidade
gem do estado", afirma João
Gualberto, prefeito de Mata
de São João, onde fica o em-
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preendimento. A incerteza em
relação à obra acabou interferin-
do nos planos de outro grupo, o
italiano Oríssio, que aguarda li-
cença para erguer quatro hotéis
em área semelhante à dos por-
tugueses. "Estamos esperando o
desfecho do Reta Atlântico, por-
que, se a licença que eles tinham
para construir está sendo contes-
tada, nosso projeto também en-
frentará problemas”, afirma Al-
cebíades Barata, sócio do grupo
Oríssio no complexo.
Na tentativa de reverter a ima-
gem negativa que vem sendo im-
pingida a seu governo, Wagner
tem se envolvido pessoalmente
nos imbroglios. Lançou uma
ofensiva para aprovar, neste ano,
uma nova legislação ambiental,
mas novamente esbarrou na re-
sistência de sua própria base -
um funcionário petista da Secre-
taria da Agricultura pediu vistas
ao projeto, jogando a votação pa-
ra um futuro para lá de incerto.
Há poucos dias, o governador
enviou uma carta ao ministro da
Cultura, Gilberto Gil, a respei-
to do impedimento da constru-
ção de um hotel da rede Hilton
no centro de Salvador. A obra
está embargada, desta vez pelo
Instituto do Patrimônio Histórico e Artís-
tico Nacional, do governo federal. Na opi-
nião de Leonelli, o secretário estadual de
Turismo, o embargo é um engano. "O pro-
jeto preserva toda a fachada de azulejos
portugueses do prédio e será importante
para revitalizar uma área decadente da ca-
pital", afirma ele. Construções nesse for-
mato, em áreas históricas, são comuns no
mundo todo, especialmente na Europa. "Te-
nho certeza de que há um caminho possi-
vel de desenvolvimento sustentável que
não seja nem o dos radicais da motosser-
ra nem o dos radicais da contemplação",
diz Leonelli. A frase do secretário é a mes-
ma que o governador vem repetindo em
reuniões com investidores e membros de
seu governo. O discurso é bom. A questão
é que está difícil colocá-lo em prática.
O governador
Wagner:
desculpas a
investidores
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hoteleiros na Bahia nos últimos dez anos
19 DE DEZEMBRO DE 2007
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