Mulheres e casais da região do Mangue, como na tela Dois nus, são temas extraídos das visões daquele bairro de prostituição carioca. Da distância parisiense, Segall retoma as anotações feitas diretamente diante das cenas, ainda no Brasil, em pequenos cadernos de bolso. É preciso lembrar que o Mangue era ponto de interesse de boêmios e intelectuais, que cantaram seu exotismo em verso e prosa. Desses pequenos desenhos surgem diversas gravuras e pinturas. As personagens femininas são descritas por uma linha arredondada, que percorre as anatomias com sensualidade. Na pintura de Segall dos anos 1930 em diante, as figuras humanas tornam-se cada vez mais escultóricas, exibindo uma presença assertiva e terrena, da cor do barro.