António Manuel da Fonseca retrata a sua segunda mulher, elevando-a a musa da mitologia grega. Erato, filha de Zeus, é identificada através do nome inscrito na sua pulseira.
Erato está associada à música, poesia lírica, mas também às belas artes e o seu nome significa "amável", já que os artistas por ela inspirados seriam dignos de apreço e admiração.
Neste retrato, o pintor glorifica-a com uma coroa de louros, atributo dos poetas, e com um diadema com uma estrela resplandecente, simbolizando a genialidade. No seu manto inscrevem-se os nomes de diversos pintores e poetas, nas suas mãos está uma lapiseira, o instrumento que permite representar a criação artística, e um medalhão com as efígies dos patronos das artes, neste caso dos reis D.Maria II e D. Fernando.