Luiz Gualberto (1904-1963) era natural de Bragança Paulista e passou boa parte de sua vida adulta em São João da Boa Vista (SP), onde lecionava desenho no antigo Ginásio do Estado. Participou de diversas edições do Salão Paulista de Belas Artes entre as décadas de 1930 e 1960. Nesta obra, retrata a Estação da Luz de São Paulo em um entardecer chuvoso. Note como capta, pela técnica pictórica, o escurecimento úmido do céu, e a umidade geral da cena nas oscilações manchadas do enorme pátio frontal da estação. A escuridão trazida pela chuva alimenta a monumentalidade fantasmagórica do prédio, e talvez as luzes tenham se acendido mais cedo por causa disso. O movimento de pessoas, bem como dos poucos carros de meados do século, está concentrado junto às portas da estação, mas de lá se espalha para distâncias mais solitárias. Destaca-se a impassibilidade arquitetônica, igualada apenas pelos volumes altos e escuros das árvores ao redor.