Adquirida em 1920 pelo Museu da Cidade de Dresden, então dirigido pelo
historiador de arte Paul Ferdinand Schmidt, esta pintura foi retirada desse
acervo pelo governo nacional-socialista – que subiu ao poder na Alemanha em
1933, com Hitler à frente – e exibida em Munique em 1937, na célebre Exposição
de Arte Degenerada, que pretendia desqualificar a arte moderna. Durante
a Segunda Guerra, esta tela, um dos melhores exemplos do expressionismo
construtivo de Segall, permaneceu, com milhares de outras obras dos
expressionistas alemães, confinada nos depósitos oficiais. Finda a guerra,
a pintura foi localizada, em uma coleção particular europeia, pelo marchand
Emeric Hahn, a pedido da viúva do artista, Jenny Klabin Segall, que a trouxe
com o Autorretrato II (p.19), também de 1919, para o Brasil.