Faixas inclinadas

Não é incomum, ao ler sobre a obra de Rubem Ludolf, se deparar com interpretações que apontam a possibilidade de sutis contradições como coerência e improviso, rigor e liberdade. Talvez sejam essas volúveis sutilezas que melhor descrevam sua obra, pautada por uma cartilha concretista. Aos 23 anos, participou da III Bienal de São Paulo, foi aluno de Ivan Serpa no curso livre de pintura do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e, junto a ele, foi integrante do Grupo Frente, marco do construtivismo brasileiro no Rio de Janeiro, na década de 1950. Contudo, ao contrário daqueles do grupo que seguiram o caminho aberto e fluído do neoconcretismo, Ludolf preferiu ater-se ao aprofundamento do trabalho que já havia construído, descobrindo em si mesmo e em seus estudos os fundamentos de uma obra que pesquisou e enriqueceu até o fim da vida. Passando por fases diferentes, onde a obra poderia ser mais ou menos ritmada e possuindo sempre um rico ou complexo jogo de cores (elemento muito importante das suas investigações), foi parte de suas experiências na década de 1980 essas linhas em diagonal e cores vibrantes que aparecem na obra Faixas inclinadas.