Uma das mais celebradas obras de António Xavier Trindade, esta cena oferece ao espectador um olhar privilegiado sobre o universo familiar do artista e da sua casa em Mahim, com seus interiores distintamente goeses.
O domínio do chiaroscuro pode ser reconhecido em quase todos os óleos de Trindade, não sendo o presente trabalho excepção, com as alumiadas figuras de primeiro plano em nítido contraste com o fundo escuro.
Em torno de uma mesa iluminada, os cinco filhos do artista cumprem os seus deveres escolares sob a supervisão atenta da sua Mãe. António e Florentina Trindade tiveram 8 filhos, dos quais podemos identificar cinco neste retrato: Zeferino com 14 anos à porta da sala; Annalia com 12 anos e Ângela com 7 de frente para a Mãe; Gabriel com 9 anos de costas para o observador e Clara com 4 anos. Ausentes desta representação familiar estão os três filhos mais novos do artista, nomeadamente Antoinette, então recém-nascida, Esther e Joseph nascidos entre 1918 e 1922 respectivamente.
Como muitos artistas ocidentais, Trindade marcou a sua presença neste retrato com a reprodução de Auto-retrato a Verde (1912) em cima do aparador.
Referências: Shihandi, Marcella, et al, António Xavier Trindade: An Indian Painter from Portuguese Goa (catálogo de exposição), Georgia Museum of Art, University of Georgia, 1996; Gracias, Fátima, Faces of Colonial India: The Work of Goan Artist António Xavier Trindade (1870-1935), Panjim, Goa, Fundação Oriente, 2014.
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