Na segunda metade do século xviii, Filipa Maria Aranha organizou um quilombo constituído por mais de trezentos escravizados fugidos, que se autosustentaram por muitos anos. Situado nas cabeceiras do igarapé Itapocu, um braço do rio Tocantins, onde agora existe o município de Cametá, no Pará, ficava o quilombo do Mola ou Itapocu. Filipa era proveniente da Costa da Mina, foi escravizada e levada para Belém, no Grão-Pará, de onde partiu para o trabalho numa plantação de cana-de-açúcar, em Cametá. Fugiu em 1750 e criou um quilombo, que chefiava com organização política, social e militar. Memórias e lendas afirmam que Filipa ajudou a estruturar a Confederação do Itapocu, entidade composta de vários quilombos (atualmente comunidades remanescentes do Mola, Laguinho, Tomásia, Boa Esperança e Porto Alegre).