Da aproximação entre o rumo incerto dos emigrantes e a marginalidade das prostitutas, surge, no final dos anos 1940, a série que Segall chamou Erradias, à qual pertence esta tela. Essas mulheres aparecem em cenas cotidianas, nas portas e janelas do casario, com seus clientes, nuas e seminuas. Contagiando a atmosfera de sensualidade há também a marca da dor, do sofrimento, da exclusão social. A série Erradias, e em especial esta pintura, revela o peso da tristeza no rosto desolado da mulher recostada, olhos profundos, roupas simples, uns poucos objetos de adorno num quarto pobre. Segall parece ter mergulhado fundo no universo dessas personagens femininas.
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