Múltipla, a produção de Manuela Eichner (Arroio do Tigre, 1984) abarca desde videos e performances até oficinas colaborativas, passando pelo desenvolvimento de estampas, peças de design gráfico e ilustrações. Nessas diferentes frentes, recorre sistematicamente a princípios de colagem, ruptura e embaralhamento da unidade espacial, contextual e semântica de imagens de procedências distintas. Ultrapassar as bordas de um suporte e ampliar o seu quadro até que ele coincida com o espaço inteiro é uma estratégia latente nas propostas mais recentes de Eichner. Os experimentos realizados em seus projetos monstera extrapolam o plano para invadir o espaço com colagens tridimensionais em que as imagens de corpos e objetos emaranhados ganham uma escala imersiva. A presença dessa massa híbrida, estranha e monstruosa em sua convergência de materiais impressos, plantas e objetos, interpela o espectador e suas presunções sobre corpo, espaço e natureza.