Num Nordeste insurgente e anticolonial, as fugas e a formação de quilombos aumentaram, ao mesmo tempo que ganhava fama o principal líder dos quilombos. Era João Batista, apelidado de Malunguinho e situado na floresta do Catucá, Zona da Mata, vizinha do Recife. O problema é que havia Malunguinhos “reais” e ao mesmo tempo “lendários”. “Malungo” era o termo como se tratavam os africanos escravizados companheiros do mesmo navio negreiro, e é provável que esse parentesco simbólico tenha sido estendido àqueles que fugiram juntos. Nos terreiros de Jurema, a imagem utilizada na representação da entidade Malunguinho é São João Batista, o que demonstra um fenômeno de trocas culturais entre africanos de diversas origens, populações indígenas e formas religiosas como o espiritismo. Atualmente, Malunguinho é mestre, caboclo e exu. No passado livrava da captura, agora livra da inveja e infortúnio.