“Como faço no meu estúdio, abordei o espaço reconhecendo que as partes do edifício são flexíveis, não permanentes. Este conceito refere-se à propriedade de uma onda, instantânea e temporária. Uma onda de água que passou através da sala e caiu de encontro à superfície das paredes, voando de volta para o mar, formando uma situação temporária. Gush é sobre a memória do oceano. Uma força poderosa que, por meio de sua destruição, deu vida a pinturas, lavagens e memória; que estão agora a crescer fora das paredes. Ao criar essa ideia da ‘gruta’, trabalhei a atmosfera sombria do salão”. O trabalho de Janaina Tschäpe reflete um universo de paisagens polimorfas, embrionárias e ambíguas, assim como uma vida botânica exótica, pessoal. A artista também vê a forma feminina como musa de suas obras, explorando o corpo e a paisagem, o sexo e a morte, a renovação e a transformação em suas pinturas, desenhos, fotografias e vídeo instalações. Seus trabalhos buscam dar forma ao transe de “fazer a arte”, retratando não um mundo de sonhos, mas o mundo das sensações de estar dentro da obra.