"Eu apenas reflito o que eu sinto. E talvez eu assim fazendo, esteja refletindo a solidão que existe num mundo superpovoado. O mundo nunca foi tão populoso e as cidades tão populosas, essas grandes metrópoles... Mas nunca houve também tanta solidão a meu ver como agora nessa grandeza toda. Então essa solidão eu acho que é inerente, é o halo, é o que nos acompanha. Eu sinto essa solidão do homem e ele é solitário na sociedade e é solitário no universo. O eu é uma coisa terrível porque aquele eu é indevassável, é incomunicável. A grande tragédia do homem é que ele não encontra comunicação com o outro, com seu próximo."
MARTINS, Carlos; MARTINS, Marcos André. A gravura de Iberê Camargo - uma retrospectiva. Banco Francês e Brasileiro: Porto Alegre, 1990. n.p. (Fala de Iberê Camargo em entrevista).