António Cruz distinguiu-se sobretudo como aguarelista formado dentro de uma tradição inglesa. No caso destas aguarelas é pregnante a influência da Euston Road School, sobretudo de Victor Pasmore e das pinturas que este realizou sobre o Tamisa, em Chiswick. De resto é o próprio Tamisa que António Cruz pinta em Inverness com uma técnica apurada extraindo da aguarela grande variedade luminosa. A paisagem desenvolve-se como um momento atmosférico, com contrastes entre uma zona mais escura e densa com outras onde a presença do suporte irrompe como se tratasse do timbre de reflexos luminosos. No primeiro plano surgem vagamente apontadas algumas figuras passando alheias, contudo a sua importância subsume-se na atmosfera e a sua presença apenas reforça uma dimensão imanente. Será sobretudo a dissolução generalizada da paisagem e o seu sentido abstractizante que torna relevante a produção de António Cruz no quadro da segunda geração modernista. (Pedro Lapa)
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