A partir de meados da década de 1870, Henri Fantin-Latour foi-se progressivamente afastando da execução de naturezas mortas de estrutura complexa à maneira holandesa, dedicando-se cada vez mais à representação de flores representadas sem o auxílio de grandes artifícios ornamentais. Esta obra afirma-se como um excelente exemplo desse período, podendo-se observar apenas algumas rosas colocadas dentro de uma pequena jarra.
As flores aparentam a mesma leveza de consistência e a mesma frescura que se podem encontrar em outras obras do autor da mesma época, como «Natureza morta» (Musée des Beaux-Arts, Lyon), de 1889. Esse aspeto da arte de Fantin-Latour, uma pesquisa persistente em torno da variação das rosas enquanto elemento preferencial de representação num determinado momento, tem aliás vasta correspondência na literatura da época, cujas referências à flor-símbolo como «emblema do bem» acompanha o ideário da segunda metade do século XIX.