"Kultur – 1962", de 1962, faz uma primeira abordagem do que será a mais extensa e, porventura, característica produção de Joaquim Rodrigo. Sobre um fundo ocre que mistura as quatro cores fundamentais da sua teoria (vermelho, amarelo, branco e preto) já definidas, inscrevem-se alguns signos com as mesmas cores, não misturadas, e que servem o preenchimento das áreas ou desenham os contornos. Esta obra faz alusão às crises académicas vividas nesse ano e que culminaram com a invasão da Cidade Universitária pela polícia de choque e a sequente demissão do reitor. Uma vez mais um episódio da vida política nacional, que só hoje é histórico, era registado por uma pintura que, assim, alargava o seu domínio de relação com o mundo e a natural diversidade de acontecimentos que fazem um tempo. (Pedro Lapa)