Pintura de ar livre, dentro do programa de escola de Barbizon, é em Corot que Loureiro se inspira para a representação das medas. Estas não são de modo algum as de Monet – desmaterializadas pela luz – mas volumes matéricos e tonais que um tratamento analítico ritma e perspectiva, na continuidade da estrada que parte do primeiro plano inabitado. O céu, entrevisto pelas luminosas nuvens, vagamente informes, estendendo-se até uma linha de horizonte baixa, amplifica o espaço. Distanciado, junto do motivo central, atrás de um cavalete, um pintor pinta o ar livre – metalinguagem de uma pintura de escola que, para além de assumir os seus valores, os representa como programa. (Pedro Lapa)
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