Nesta pintura está retratada, provavelmente, a primeira esposa de Segall, Margarete, que ele conhecera em Dresden, em dezembro de 1913, recém-chegado de sua viagem ao Brasil. A obra revela, na vibração das pinceladas e na luminosidade que vem do exterior, influência da arte holandesa e dos artistas impressionistas com os quais Segall teve contato – Max Liebermann, na Secessão Berlinense, e Gotthard Kühl e Oscar Zwintscher, seus professores na Academia de Dresden. Segall traz a pintura fragmentada dos impressionistas – que privilegiavam as cenas exteriores, iluminadas – para o intimismo que caracteriza os ambientes interiores de sua preferência.