O naturalismo conheceu no final da década de 1880 o apogeu da sua popularidade. O interesse que então despertaram os temas associados à descrição minuciosa da realidade rural explica o enorme sucesso desta composição objetiva no Salon de 1889, onde veio a ser premiada.
Representação etnográfica de costumes piedosos, a pintura evoca a cerimónia do Pardon, indulgência concedida pela Igreja aos fiéis, e serve de pretexto para um olhar analítico sobre um mundo resistente às transformações de fim do século. Registe-se que a Bretanha foi, na época, objeto de especial atenção por parte de artistas de correntes diversas, podendo estabelecer-se através de Gauguin um dos contrapontos mais estimulantes com esta tela.
Para o resultado final da pintura contribuíram fotografias captadas por Dagnan-Bouveret em Rumengol e retratos de modelos isolados, sujeitos a ensaios sucessivos. O trabalho final, reunido pelo pintor em estúdio, revela, assim, um esforço considerável de construção prévia e uma metodologia complexa de organização da cena.