A coletânea de poemas «Les fleurs du mal» surgiu pela primeira vez em 1857, seguindo-se-lhe uma nova edição em 1861, que incluía «Tableaux parisiens». A receção entusiasta de um grupo reduzido de leitores, principalmente outros escritores e artistas, não foi suficiente para evitar a perseguição das autoridades tanto a Baudelaire como ao seu editor.
O oxímero, que o título da coletânea de poemas sugere, constrói-se num jogo de opostos que Baudelaire explora, revelando a grandeza e a decadência que a própria natureza humana encerra. É exatamente a justa medida dessa contradição que Carlos Schwabe explora nas suas ilustrações à edição de 1900, numa gramática simbolista animada de um complexo vocabulário alegórico. A colaboração de Schwabe com Meunier é testemunho da admiração mútua, confirmada em outros trabalhos conjuntos, aqui traduzida na cumplicidade artística de forte tradução plástica.