CO-2635
Leão, Josias. [Carta] 1950 jun. 1,
Estocolmo [para] Candido Portinari, Paris. [datilografado]
Meu caro Portinari
Recebi hoje sua carta de 28. Isso mesmo. Creio que os editores, entretanto, aceitaram o plano dos dois artigos, sendo o do Bazin de exame minucioso da sua obra. Já escrevi a ele, há dois dias, a respeito da sua participação. Estou seguro de que aceitará.
Fiquei contente por saber que você já dispõe do Atelier do Francis Jourdain. Agora poderá pintar à vontade. Só espero que você se demore desta vez uns dois anos em
Paris. Acho que isso lhe faria muito bem, não só do ponto de vista dos contatos como porque deve ser saudável para você uma certa ausência do Brasil, neste momento.
Ruth está escrevendo neste momento ao Roberto Assumpção. É provável que ele logo se explique.Ela própria está estudando uma maneira de enviar cobres para vocês, para liquidar a velha conta.
Infelizmente, não poderei pular aí agora. Não tenho, no momento, quem me substitua na Legação para o trabalho consular. E só em agosto é que chegará o novo ministro. Talvez em setembro – se as finanças permitirem – pularemos até aí.
O homem da galeria, aliás associado à Editora da Suíça, não está no momento em Estocolmo. Deve voltar dentro de oito dias. Logo que o fizer, escreverei sobre os quadros.
Nossas lembranças para Maria e os garotos. E um abraço do amigo velho,
Josias Leão
P.S. Os Grey estiveram aqui. São muito simpáticos. Pena que a Ruth estivesse doente. Não viram, por isso, os nossos quadros.
Já recebeu as fotografias do Brasil? O seu desenho já chegou à Editora. Estão já imprimindo os prospectos de propaganda e subscrição. Vi ser um colosso. Outro abraço.