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Correspondência

José Pancetti

Projeto Portinari

Projeto Portinari
Rio de Janeiro, Brasil

Comenta ter conversado com Odorico Tavares sobre o painel de Portinari para o Banco da Bahia, e outros trabalhos, mas nada foi publicado nos jornais. Relata o pouco caso e a arrogância de Odorico e de Clemente Mariani, em relação a ele, Pancetti, bem diferente do tratamento recebido na primeira vez em que veio à Bahia. Recomenda que Portinari abra os olhos com Odorico.

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  • Título: Correspondência
  • Criador: José Pancetti
  • Data de criação: 1952-06-08
  • Local: Rio de Janeiro RJ, Salvador BA
  • Procedência: Acervo do Projeto Portinari
  • Transcrição:
    CO-510 Pancetti, José. [Carta] 1952 jun. 8, Salvador, BA [para] Candido Portinari, Rio de Janeiro, RJ. 3 p. [manuscrito] Meu caro Portinari Ao regressar a Salvador procurei logo o Odorico Tavares na redação do Diário de Notícias e falei muito de você, do seu formidável painel para o Banco da Bahia e que eu tive o prazer de ver e admirar, assim como de outros trabalhos seus, que me encheram de entusiasmo. Mas até agora o nosso “ilustre amigo” não publicou nada a esse respeito nos jornais e rádio que dirige. Estava todo preocupado com os festejos da inauguração do novo hotel da Bahia, com a chegada de altas personagens do Rio e com a exposição de um quadro de Van Gogh e outro de Renoir. De fato a festa foi um grande sucesso e rendeu aos “associados” perto de dois milhões. O Odorico, quando eu cheguei pela primeira vez a Bahia, a convite do mesmo e por insistência, não me deixava um só momento. Fez tudo por mim até conseguir perto de quarenta trabalhos entre óleos em papel, sobre telas e desenhos. Tudo isso por meia dúzia de vinténs e garrafas de vinho. Agora não me conhece mais. Sei, perfeitamente, que a culpa é toda minha, da minha falta de juízo e, sobretudo, do coração. O que mais me revoltou, no entanto, foi ele ter dito ao Clemente que eu vendia barato na Bahia e que o mesmo podia encomendar à vontade. Acontece que eu precisei agora. Telefonei para a casa do Clemente e de lá me responderam que ele estava para viajar, tinha outros negócios mais importantes para resolver e não podia atender-me. Isto não quer dizer nada. Conheci agora o Odorico por dentro e por fora. Abra os olhos, Portinari. Eu sempre fui um marinheiro nesta vida. Outros jornais publicaram alguma coisa sobre o Jorge Amado e o cineasta Cavalcanti, tendo ocasião de falar sobre você. Aqui estarei sempre ao seu dispor com a mesma amizade e a grande admiração que lhe devoto. Recomenda-me a distinta esposa, D. Maria e ao belo garoto – J. Candido. Um grande abraço do J Pancetti.
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  • Tipo: carta
  • Editora: Projeto Portinari
  • Link externo: http://www.portinari.org.br
  • Direitos: José Pancetti
  • Tipo de dado na Coleção: CO
  • Número: 510
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