CO-1573
Dionísio, Mário. [Carta] 1952 jan. 22, Lisboa [para] Candido Portinari, [Rio de Janeiro, RJ]. [datilografado]
Querido Amigo:
Um grande abraço e muito obrigado pela sua carta. Soube ocasionalmente que havia mudado de direção e estava recear que a minha carta se tivesse extraviado. Felizmente, porém, eis-nos novamente em contato!
Como vai a sua saúde, de Maria e João Candido? Nós vamos passando regularmente, pelo menos, o melhor que é possível.
O livrinho que tenho entre as mãos não poderá ser, pelo próprio estilo da coleção a que se destina e por várias outras razões, a obra que eu primeiro planejara. De qualquer modo, a coleção tem aqui grande expansão e eu desejo, dentro da objetividade possível, fornecer ao público o maior número de elementos sobre a sua obra. É por isso que volto a bater-lhe à porta e a roubar-lhe tempo. O que me interessa, como disse anteriormente, é tudo que V. possa enviar-me. Além do que eu tenho e conheço, ou seja, qualquer estudo importante, de análise crítica ou de simples informação, posterior ao álbum da Penguin, com texto de Landucci, e ao do Luraghi. Preciso, além disso, de fotografias de “Tiradentes” e de trabalhos posteriores que V. ache importante publicar e de uma fotografia sua, que o editor considera indispensável.
Enquanto ordeno um livro, vão-me surgindo muitos problemas, fundamentais ou puramente acessórios, que venho aproveitar, ou não, na redação final. Quer V. ajudar-me a resolver alguns? Se não tiver tempo para isso, poderá sua senhora dar-me esta ajuda? Junto a esta, algumas perguntas. Se puder mandar-me resposta, esplêndido. Se não, não virá daí mal ao mundo.
Fico entusiasmado com o trabalho constante de que me fala e com os seus novos murais. O meu, o nosso entusiasmo acompanha-o. Gostaríamos que fosse, ao menos, uma pequena parte do seu estímulo.
Até breve. Obrigado por tudo. Abraços, do muito amigo
Mário Dionísio
2